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Ação da Vale segue atrativa com preço-alvo reduzido

Safra vê espaço para forte queda na dívida líquida expandida da Vale, mesmo com minério mais baixo, permitindo dividendos extraordinários de US$ 5 bilhões em 2026–2027

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Ação da Vale segue atrativa, segundo analistas do Banco Safra, oferecendo ganho superior ao dos pares australianos | Foto: Getty Images

O Banco Safra introduziu um preço-alvo para a ação da Vale (VALE3) no final de 2026 de R$ 63,0 por ação (vs. R$ 68,0 no final de 2025), implicando em um retorno total de aproximadamente 25% e mantendo recomendação Compra.

O Safra também elevou as estimativas de EBITDA da Vale para 2026 devido a preços mais altos de minério de ferro (~US$91/t), mas reduzimos as projeções a partir de 2027, refletindo um real mais forte, menores prêmios de qualidade e resultados mais fracos em “Outros” segmentos.

Apesar disso, o banco vê espaço para forte queda na dívida líquida expandida mesmo com minério mais baixo, permitindo dividendos extraordinários de US$ 5 bilhões em 2026–2027 (11,5% do valor de mercado).

A ação da Vale segue atrativa, negociando a 3,5x EV/EBITDA 2026e e oferecendo yield médio de FCL de 12% em 2026–2028, superior aos pares australianos (5,9x e 4%).

Saiba mais

VALE3: Rali do minério desconectado dos fundamentos

Os preços subiram ~6% desde maio e estão em US$99,5/t, possivelmente por melhor rentabilidade das siderúrgicas, estoques menores nos portos e chance de atrasos no Simandou (Guiné).

Ainda assim, o Safra avalia o movimento como artificial, sem suporte da dinâmica de oferta e demanda. O setor imobiliário chinês segue fraco, o PIB pode desacelerar no segundo semestre de 2025 e a produção de aço caiu 4% na comparação anual em julho, pesando sobre a demanda.

Com nova oferta (Vale e Simandou) e potenciais cortes na produção de aço, o Safra espera queda dos preços para US$93/t no 4T25 e média de US$91/t em 2026.

Projeções do Safra

Os especialistas do Banco Safra projetam EBITDA de US$15,4 bi em 2026 (+3% vs. estimativa anterior) e US$15,1 bi em 2027 (-4%), próximos ao consenso. O banco ajustou o mix de finos/pelotas a favor dos finos, reduziu prêmios de qualidade e manteve custos estáveis, mas incorporamos câmbio mais forte (R$5,72/US$ em 2026–2027).

No ETM, reduziu preços de níquel e elevou os de cobre, mesmo com custos de equilíbrio caminhando em direções opostas.

Capex e dividendos extras

O guidance de capex 2025 é de US$5,9 bi, mas o Safra projeta apenas US$ 5,4 bilhões, dado histórico e revisões internas. O capex em 2H25 precisaria crescer 16% A/A para cumprir o guidance, acima do padrão histórico.

Projetos em execução somam US$1,8 bi no segundo trimestre de 2025, deixando pouco saldo para 2026–2027. O Safra estima capex médio de ~US$5,5 bi/ano em 2025–2026, caindo para ~US$5,2 bi em 2027 e US$4,8 bi a partir de 2028, 6% abaixo do consenso. Isso abre espaço para dividendos adicionais de US$ 2 bilhões em 2026 e US$ 3 bilhões em 2027.

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