Taxa de desemprego recua para 6,6% no trimestre encerrado em abril
De acordo com o IBGE, taxa de desemprego é a menor para o trimestre desde 2012; análise do Safra reforça dinamismo no mercado de trabalho
29/05/2025
Taxa é a menor para o trimestre desde 2012 | Foto: Getty Images
A taxa de desemprego de 6,6% registrada no trimestre encerrado em abril deste ano é a menor para o período desde 2012, quando a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua começou a ser realizada. Em abril do ano passado, por exemplo, a taxa era de 7,5%.
Os dados referentes ao trimestre, que inclui os meses de fevereiro, março e abril, foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29).
O crescimento do emprego foi disseminado entre os diversos setores, com destaque para comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que responderam por cerca de metade das novas vagas.

Análise do Safra reforça dinamismo no mercado de trabalho
O resultado ficou em linha com a estimativa do Banco Safra e abaixo das expectativas de mercado (6,9%).
Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego caiu de 6,3% para 6,1%, resultado do aumento da população ocupada em 408 mil e da força de trabalho em 263 mil no mês passado.
Para os especialistas de Macroeconomia do Banco Safra, esse desempenho tem sido corroborado pelos resultados positivos observados no CAGED. Na abertura por posição ocupada, o aumento do emprego ocorreu de forma mais intensa entre os empregados no setor privado.
Com isso, o mercado de trabalho segue com dinamismo, apesar da acomodação dos índices de confiança setoriais e do aumento das taxas de inadimplência reportadas pelo Banco Central do Brasil.
Ainda de acordo com análise dos especialistas do Safra, o ciclo de aperto monetário está arrefecendo o mercado de crédito (a concessão de crédito para pessoas físicas expandiu apenas 1% nos últimos doze meses a preços constantes) e deverá prejudicar o consumo das famílias ao longo dos próximos trimestres, com impacto sobre o mercado de trabalho a partir do próximo semestre.


Informalidade
O mercado de trabalho do país registrou uma taxa de informalidade de 37,9% no trimestre encerrado em abril deste ano, apresentando, portanto, quedas em relação ao trimestre finalizado em janeiro deste ano (38,3%) e na comparação com o trimestre findo em abril de 2024 (38,7%).
Havia, de acordo com o IBGE, no trimestre encerrado em abril deste ano, 39,2 milhões de trabalhadores informais, em um total de 103,3 milhões de pessoas ocupadas no país, no período. A informalidade inclui trabalhadores sem carteira assinada, ocupados sem CNPJ, empregadores sem CNPJ e trabalhadores auxiliares familiares.
Nas comparações trimestral e anual, houve estabilidade nos empregos sem carteira assinada (tanto no setor privado quanto nos serviços domésticos) e nos trabalhos sem CNPJ. Portanto, a queda da informalidade foi puxada pelo aumento dos empregos formais.
Os trabalhadores com carteira assinada, por exemplo, cresceram 0,8% no trimestre e 3,8% no ano, segundo o IBGE.
Setores
Na comparação trimestral, apenas o segmento de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve alta (2,2%), enquanto o restante manteve estabilidade.
Já na comparação anual, cinco grupamentos cresceram: indústria geral (3,6%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,7%), transporte, armazenagem e correio (4,5%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,4%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4%). Houve redução em agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-4,3%).
Subutilização
A população subutilizada, isto é, a parcela dos desempregados e daqueles que poderiam trabalhar mais do que trabalham atualmente, ficou em 18 milhões, estável na comparação trimestral e 10,7% menor que no ano anterior.
A taxa composta de subutilização (15,4%) mostrou estabilidade no trimestre e teve queda na comparação anual (17,4%).
A população desalentada, que inclui aqueles que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis, mas que não buscaram trabalho por vários motivos, ficou em 3,1 milhões, estável no trimestre e com redução de 11,3% no ano. O percentual de desalentados (2,7%) também mostrou estabilidade no trimestre e recuou no ano (3,1%).

Fontes: Agência Brasil, IBGE e Banco Safra.