Setor de serviços confirma tendência de retração da economia
Enfraquecimento da demanda doméstica, reflexo dos juros altos, deve levar a uma desaceleração mais pronunciada da atividade no segundo semestre, segundo o Banco Safra
14/10/2025
Setor de serviços cresce há sete meses, mas os serviços prestados às famílias, mais ligados ao consumo, cresceram apenas 1,4% em agosto | Foto: Getty Images
A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE apontou crescimento de 0,1% no setor de serviços em agosto, já considerando o ajuste sazonal — resultado em linha com as expectativas do mercado.
Na comparação interanual, houve expansão acumulada de 2,5% em 12 meses, abaixo da observada em julho (2,9%). Entre os segmentos, apenas o de informação e comunicação registrou retração na margem.
Com o resultado de agosto, o setor acumula sete meses consecutivos de crescimento, totalizando uma alta de 2,6% no período. Apesar disso, os especialistas do Banco Safra destacam que os serviços prestados às famílias, tradicionalmente mais ligados ao consumo, cresceram apenas 1,4% no período.
Setor de serviços deve apresentar queda em setembro
Por outro lado, os segmentos que apresentaram desempenho mais expressivo nos últimos sete meses foram os serviços de tecnologia da informação (7,2%) e os serviços técnico-profissionais (6,5%), ambos mais associados a investimentos empresariais.
O destaque de agosto foi o crescimento dos serviços prestados às famílias, que avançaram 1,0% no mês. Apesar desse resultado positivo, os modelos de acompanhamento do Banco Safra sugerem que o segmento deve voltar a apresentar retração em setembro.
Segundo o Safra, o desempenho observado não configura uma tendência de recuperação sustentada do consumo das famílias. Para o restante do ano, o banco projeta que o enfraquecimento da demanda doméstica — reflexo do ciclo de aperto dos juros— leve a uma desaceleração mais pronunciada da atividade no segundo semestre.


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Onde investir no atual cenário
O relatório do Banco Safra com recomendações de investimentos para o mês de outubro traz uma análise do cenário econômico que destaca a tendência de queda de preço das commodities e impacto positivo na inflação, o que pode dar condições para que o Banco Central inicie o processo de redução da taxa básica de juros (taxa Selic) no final deste ano.
Mas, enquanto os juros básicos permanecem nos atuais 15% ao ano, os especialistas do Safra reafirmam as recomendações de alocação na classe Multimercado.
Os ativos de risco seguem se valorizando, impulsionados por expectativas com relação aos ciclos de afrouxamento monetário tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil. No entanto, o momento exige cautela, especialmente diante da possibilidade de eventos externos que possam alterar o rumo dos mercados.