Safra eleva recomendação do Bradesco para compra e vê o BB com cautela
O Safra alterou as preferências em relação às ações ao setor bancário, destacando os lucros do Bradesco e a pressão do agronegócio sobre os resultados do Banco do Brasil
25/06/2025
A recuperação da rentabilidade do Bradesco (BBDC4) acelerou, sustentando uma postura mais construtiva, segundo analistas do Safra | Foto: Estadão Conteúdo
A última temporada de resultados dos bancos brasileiros reforçou as tendências direcionais já observadas, mas com maior magnitude e sinais mais claros, segundo análise dos especialistas do Banco Safra. A recuperação da rentabilidade do Bradesco (BBDC4) acelerou, sustentando uma postura mais construtiva, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) sofreu um impacto mais acentuado, expondo um cenário mais complexo no segmento do agronegócio.
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Preferência por ações de bancos que estão em bom momento; BBDC elevado para Compra; postura cautelosa em BBAS.
O Safra alterou as preferências, favorecendo nomes com potencial de surpresa positiva e elegendo o Bradesco como escolha para adicionar beta com base em seu melhor momento de lucros, seguido pelo Itaú Unibanco (ITUB4) como posição central devido ao seu desempenho resiliente.
O Safra manteve uma postura neutra em relação ao Santander (SANB11), pois, embora reconheça o esforço do banco para melhorar o retorno sobre patrimônio líquido (ROE), houve uma desaceleração inegável após a receita mais fraca e a piora na qualidade dos ativos no primeiro trimestre.
Por fim, o Safra reitera a recomendação Neutra para o Banco do Brasil, considerando que a avaliação já reflete em grande parte o cenário negativo, embora recomende uma postura mais cautelosa, dado que os ventos contrários no crédito rural devem pesar fortemente sobre os retornos de curto prazo e também comprometer sua capacidade de manter o payout entre 40%–45%, à luz da rentabilidade reduzida e da posição de capital mais curta.
Novas premissas de avaliação: corte de 100bps no Ke para 10%.
O Safra utiliza uma taxa livre de risco de 10%, um prêmio de risco de mercado de 5% e betas de 1,05 para o Itaú Unibanco (preço-alvo de R$46, vs. R$41 anteriormente) e 1,10 para Bradesco (preço-alvo de R$21, vs. R$14) e Santander Brasil (preço-alvo de R$35, vs. R$30).
Os ROEs de longo prazo (com base no lucro líquido reportado) são de 22% para o Itaú e 18% tanto para SANB quanto para BBDC.
O preço-alvo do Banco do Brasil de R$25 (vs. R$30) é derivado de uma abordagem de P/L projetado 12M à frente (4,2x), de forma a não precificar uma reavaliação significativa. Os novos preços-alvo implicam um upside de 27% para BBDC, 23% para ITUB, 18% para SANB e 17% para BBAS.