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Risco de default nas empresas do agronegócio preocupa especialistas

"A Faria Lima chegou no agro e deixou a turma tomar muito mais crédito", comentou Daniel Goldberg, da Lumina Capital, em painel sobre retorno dos investimentos no Brasil durante a J.Safra Investment Conference

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Daniel Goldberg, da Lumina Capital, e Luis Stuhlberger, da Verde Asset Management, em debate moderado por Sergio Penchas, Head de Wealth Management do Safra e Evandro Pereira, Head, Investment Banking, Equities, J. Safra | Foto: Digulgação

O risco de default (calote) de empresas do agronegócio foi um dos temas de destaque no painel sobre retorno dos investimentos no Brasil, no segundo dia da J.Safra Investment Conference, no Grand Hyatt, em São Paulo. O painel reuniu Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset Management e Daniel Goldberg, CIO da Lumina Capital, com moderação de Sergio Penchas, Head de Wealth Management do Banco Safra, e Evandro Pereira, Head, Investment Banking, Equities, J. Safra.

Luis Stuhlberger apresentou uma tabela mostrando a média de retorno dos principais investimentos nos últimos dez anos. O ranking é liderado pelo CDI, com retorno de 12,7% nos últimos três anos, 10,2% nos últimos cinco anos e 9,4% na última década. “A mediana e a média dos fundos perdem sistematicamente para o Ibovespa, o que significa que o investidor precisa saber escolher o melhor fundo”, disse.

Daniel Goldberg,da Lumina Capital, disse que nos últimos 30 anos a média de default das empresas mais arriscadas (sem grau de investimento) é de apenas 3,3% ao ano, e a recuperação do crédito pelo detentor dos títulos é de 45%. “No cenário atual, a taxa de default das empresas deve ser em torno de 5%, e hoje o retorno é baixo pra empresas sem grau de investimento”, afirmou.

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Cresce o risco de default no setor de agronegócio

No Brasil, segundo Goldberg, o problema não é grave, a não ser no agronegócio, por causa do alto índice de alavancagem das empresas do setor. “A Faria Lima chegou no agro e deixou a turma tomar muito mais crédito”, comentou. O problema, segundo ele, é a valorização do real frente ao dólar e a estabilização do preço da soja. “Os bancos estão subavaliando o risco de default no agronegócio”, destacou.

Luis Stuhlberger, da Verde Asset Management, falou sobre o cenário eleitoral e mostrou cenários que indicam o potencial de valorização dos ativos em caso da vitória de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, nas eleições presidenciais do ano que vem. “A vitória de Lula em 2026 é extremamente negativa para os preços dos ativos”, afirmou. “Tarcísio, como um mini-Milei (Javier Milei, presidente da Argentina), promete cortar gastos, e não apenas reduzir o déficit fiscal”, comentou.

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