Taxa de juros só deve começar a cair no fim do ano
Banco Safra projeta que a taxa Selic permanecerá no atual patamar significativamente contracionista até o último trimestre deste ano
31/07/2025
O Banco Safra projeta inflação de 4,9% em 2025 e de 3,8% em 2026, ambas abaixo do consenso do mercado | Foto: Getty Images
O comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), divulgado após a decisão de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, destaca que a atividade econômica “tem apresentado, conforme esperado, certa moderação no crescimento, mas o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo”.
A inflação cheia e os núcleos “mantiveram-se acima da meta”. A projeção de inflação da autoridade monetária para o horizonte relevante, que atualmente é o primeiro trimestre de 2027, ficou em 3,4%.
O comunicado explicitou o aumento da incerteza com “os anúncios referentes à imposição pelos EUA de tarifas comerciais ao Brasil”, o que reforçou a necessidade de cautela.
Também sinalizou que pretende manter a taxa de juros no atual patamar “por período bastante prolongado”. Além disso, manteve a intenção de retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
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Juros devem começar a cair no fim de 2025
Os especialistas em macroeconomia do Banco Safra avaliam que as condições financeiras e monetárias estão significativamente restritivas, corroboradas pelo desaquecimento da concessão de crédito nos últimos meses.
O comércio e os serviços prestados às famílias também arrefeceram, sugerindo acomodação do consumo pessoal. Neste cenário, o Banco Safra estima retração da atividade no segundo semestre de 2025, o que deve enfraquecer gradualmente o mercado de trabalho.
A queda dos preços no atacado nos últimos meses também favorece o processo desinflacionário ao consumidor, e o Safra reitera as projeções para o IPCA de 4,9% em 2025 e 3,8% em 2026, ambas abaixo do consenso do mercado financeiro.
O Safra acredita que a taxa Selic permanecerá no atual patamar “significativamente contracionista” até o último trimestre deste ano, quando o processo desinflacionário possibilitará o início de um ciclo de flexibilização monetária pelo Banco Central do Brasil.