close

Claudio Felisoni de Angelo

Projeção para varejo no primeiro trimestre de 2025

Crescimento do varejo no primeiro trimestre do ano deve ser concentrado, beneficiando alguns poucos ramos de bens

Varejo

Expectativas de crescimento não são disseminadas no varejo, segundo números do Ibevar e Fia | Foto: Getty Images

O Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (IBEVAR) e a FIA rotineiramente avaliam o desempenho do varejo brasileiro. As projeções baseiam-se em duas fontes distintas e complementares de dados. Em uma das abordagens utilizam-se os dados de vendas divulgados pelo FIBGE e, a partir daí, com recursos econométricos, estimam-se as vendas.

A segunda abordagem monitora com algoritmos de Inteligência Artificial – IA e Natural Language Processing – NLP, as disposições de compras de produtos e a contratação de serviços. No primeiro caso dimensiona-se volumes de venda, já no segundo propensão à compra.

Os dados disponíveis nas bases oficiais segmentam o varejo em apenas oito ramos. Todos eles exclusivamente relacionados à comercialização de bens. A segunda abordagem não captura venda, porém abrange 38 ramos, incluindo, não apenas a comercialização de bens, mas também de serviços.

O que se verifica para os volumes estimados? Comparando o primeiro trimestre de 2025 com o quarto de 2024 a primeira abordagem aponta estagnação do consumo, ou seja, crescimento igual a zero. Entretanto para o primeiro trimestre de 2025 registra-se expansão em relação ao primeiro de 2024 (aumento de 3,42%).

Os resultados advindos do monitoramento dos 38 segmentos referentes às disposições de compra dão uma indicação diferente. Para 28 segmentos dos 38 as disposições de compra são menores no primeiro trimestre de 2025 do que no último de 2024. Se a comparação for feita para iguais trimestres o resultado também não é positivo. Dos 38 segmentos 25 apresentam uma disposição de compra menor em 2025 do que em 2024.

Conclui-se que, embora haja expansão em volume de vendas comparando os dois primeiros trimestres, esse crescimento deve ser concentrado beneficiando alguns poucos ramos do varejo de bens. Porém, as expectativas de crescimento não são disseminadas, pelo contrário, para uma proporção mais do que relevante dos ramos a situação é exatamente oposta.


Claudio Felisoni de Angelo é professor e coordenador de Projetos da FIA Business School, ligada à Fundação Instituto de Administração da USP. Preside o conselho Laboratório de Finanças e Programa de Administração de Varejo da FIA. É professor titular do Departamento de Administração de Empresas da FEA/USP e presidente do IBEVAR - Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo.

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra