Segundo dados do agronegócio, o Brasil deve fechar julho de 2025 com estoques de passagem de soja 7 milhões de toneladas acima do registrado no mesmo período de 2024. Esse volume excedente decorre de três fatores principais:
- 1. Produção recorde em algumas regiões, especialmente no Cerrado.
- 2. Exportações mais lentas no 1º semestre, com compradores externos cautelosos.
- 3. Estoques internos represados por produtores aguardando preços melhores.
Impactos sobre os preços
- Pressão baixista nos preços internos: Com maior oferta interna e menor ritmo de exportação, os prêmios de exportação (basis) tendem a cair. O produtor brasileiro pode enfrentar valores menores no mercado físico mesmo com oscilações positivas em Chicago.
- Chicago volátil, mas sem sustentação de alta duradoura: A recomposição dos estoques globais nos EUA e Brasil limita o potencial de alta dos futuros
- Dólar volátil, mas não suficiente para compensar o efeito da oferta local elevada.
Resultado: o preço da saca pode permanecer lateralizado ou com viés de queda nos próximos meses, dificultando decisões de venda.
Riscos para a margem do produtor
Com custos ainda elevados (fertilizantes, sementes, defensivos) e preços sob pressão, o risco real não é só o preço cair mas a margem encurtar ou desaparecer. Isso é agravado por:
- Diferença regional no custo de produção (frete, armazenagem).
- Risco climático nas próximas safras (soja 25/26).
- Incertezas cambiais e geopolíticas.
A importância dos instrumentos de proteção de margem
Em momentos como este, a tomada de decisão estratégica se torna ainda mais crítica. Não se trata apenas de acertar o topo do mercado, mas de garantir uma margem mínima saudável. Instrumentos que ajudam nisso:
- Derivativos customizados podem ser usados para travar faixas de preço, com menor custo do que uma put seca, por exemplo.
CPR em dólar - Operações estruturadas que incorporam proteções podem garantir rentabilidade mesmo em ambientes adversos.
Reflexão estratégica
Em vez de reagir ao mercado, o produtor que protege sua margem antecipa riscos e transforma a volatilidade em ferramenta de decisão.
Nesse cenário, governança, planejamento e assessoria técnica deixam de ser acessórios — são condições de sobrevivência.