O CFO da Danone, Jurgen Esser, afirmou publicamente que a empresa decidiu interromper a compra de soja brasileira, alegando falta de garantias de que o produto atende aos padrões ambientais exigidos pela companhia. Em seguida ele foi desmentido pela subsidiaria brasileira, mas o estrago já estava feito. Esse posicionamento é, no mínimo, questionável quando olhamos para os avanços que a cadeia de produção de soja no Brasil tem conquistado em sustentabilidade e
A soja brasileira, especialmente nos últimos anos, tem passado por um processo rigoroso de alinhamento com normas ambientais, tanto internas quanto internacionais.
O Código Florestal Brasileiro, uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo, exige que propriedades rurais mantenham áreas de reserva legal e proteção permanente.
No Cerrado, por exemplo, os produtores são obrigados a preservar até 35% de suas terras. Além disso, iniciativas como o Programa Soja Plus e a certificação RTRS (Round Table on Responsible Soy) trazem rastreabilidade e asseguram práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva.
Empresas brasileiras, em parceria com instituições internacionais, têm investido pesadamente em tecnologia para monitorar o uso da terra e prevenir o desmatamento ilegal. O uso de imagens de satélite, sistemas de georreferenciamento e auditorias independentes proporciona um nível de transparência que poucas cadeias agrícolas no mundo conseguem alcançar.
A soja é uma cultura essencial para o Brasil, gerando emprego, desenvolvimento social e contribuindo para a segurança alimentar global.
A alegação de que o setor não atende a padrões ambientais acaba negligenciando os compromissos e esforços de milhares de produtores que vêm investindo para cumprir exigências rigorosas de sustentabilidade.
É fundamental que empresas e stakeholders internacionais, como a Danone, avaliem as especificidades e dados técnicos antes de decisões que impactem milhares de produtores comprometidos com uma agricultura responsável.
A sustentabilidade deve ser uma responsabilidade compartilhada, baseada em dados concretos e cooperação, e não em percepções desalinhadas com a realidade.