Embora o cenário geopolítico siga tenso, com guerras em andamento no Leste Europeu e no Oriente Médio, os custos de produção agrícola no Brasil registraram quedas de até 8% em junho, segundo dados recentes do Cepea/USP. Essa redução ocorre apesar de pressões que, à primeira vista, poderiam indicar o oposto.
Afinal, por que os preços caíram? E até quando vão continuar em queda?
Conflitos que pressionam, mas não paralisam a oferta
1. Rússia e Ucrânia
- O conflito iniciado em 2022 interrompeu o fluxo global de fertilizantes, especialmente nitrogenados e potássicos. No entanto, ao longo dos últimos meses, a Rússia reposicionou suas rotas logísticas e segue sendo uma das maiores fornecedoras de fertilizantes para o Brasil.
Cerca de 25% das importações brasileiras ainda vêm da região da Eurásia.
2. Oriente Médio
- Tensões recentes elevaram os preços da ureia, produto amplamente importado de países como Irã e Emirados. O valor da tonelada da ureia saltou de US$ 385 para até US$ 435 no Brasil, segundo traders internacionais.
Mesmo com riscos, os custos recuaram. Por quê? - Valorização do real frente ao dólar: reduz o custo de importação dos insumos.
- Queda global no preço de fertilizantes: especialmente potássicos e fosfatados.
- Maior eficiência logística: adaptações e diversificação de fornecedores ajudaram a recompor a oferta.
- Produção nacional crescente: a nova planta da EuroChem em Minas Gerais começa a gerar impactos positivos.
Resultado: custos de produção da soja e do milho caíram entre 6% e 8% no acumulado de 2025, considerando fertilizantes, defensivos e fretes.
E se os conflitos se agravarem?
- Esse é o ponto crucial. Mesmo com alívio pontual, o cenário é volátil. Basta um novo embargo, bloqueio marítimo ou sanção para os preços voltarem a disparar como ocorreu no primeiro trimestre de 2022. É nesse contexto que a governança do negócio rural deixa de ser acessório e passa a ser pilar estratégico de proteção.
Tomada de decisão em tempos de incerteza
- Produtores com governança estruturada, planejamento de caixa e gestão de riscos conseguem:
- Antecipar compras com melhor timing de mercado
- Negociar travas de preço com fornecedores e instituições financeiras
- Utilizar instrumentos de hedge e barter com mais segurança
- Em um cenário de guerra, clima imprevisível e taxa de juros ainda elevada, a informação estratégica e a disciplina na execução do plano de safra são tão importantes quanto o adubo na lavoura.
Fica o alerta: o custo caiu, mas a incerteza permanece. Quem decide com base em dados e estrutura, planta com vantagem competitiva. Venha conhecer os instrumentos de proteção do Banco Safra, como derivativos e trava. Boas decisões geram bons resultados.