Em 2024, o setor agropecuário brasileiro enfrentou adversidades marcantes, como altos custos operacionais, eventos climáticos extremos e instabilidade cambial.
Fertilizantes e defensivos agrícolas continuaram com preços elevados, enquanto as máquinas agrícolas sofreram acréscimos devido à flutuação do dólar, que variou de R$ 4,85 a R$ 6,30. Embora a desvalorização cambial tenha favorecido exportações, encareceu as importações, comprimindo os lucros.
Além disso, a taxa básica de juros (Selic), encerrando o ano em 12,25%, dificultou o acesso a financiamentos, mesmo com R$ 96 bilhões disponibilizados no primeiro semestre e R$ 115 bilhões concedidos pelo Banco do Brasil na safra 2024/25.
A desvalorização de preços de grãos como soja e milho também impactou o lucro dos produtores, embora carnes e café tenham ajudado a compensar parte dessas perdas.
Avanços e resultados positivos no agronegócio em 2024
Apesar dos obstáculos, o agronegócio brasileiro atingiu exportações recordes de US$ 153 bilhões, ampliando mercados, como a parceria com a China. O país manteve sua posição de liderança global na produção de soja, com 155 milhões de toneladas colhidas.
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia eliminou tarifas para 90% dos itens comercializados, criando oportunidades estratégicas para o setor exportador.
Sustentabilidade e Inovações
O clima, considerado o mais quente da história recente, gerou secas e inundações que afetaram culturas como milho, café e cana-de-açúcar, evidenciando a urgência de adotar práticas agrícolas sustentáveis e tecnologias para enfrentar riscos. Em termos legislativos, avanços como a Lei do Mercado de Carbono e a Lei dos Bioinsumos incentivaram práticas ecológicas, diminuindo a dependência de insumos químicos.