Construtora Moura Dubeux tem potencial de crescimento de 43%
Banco Safra inicia cobertura da ação da construtora Moura Dubeux com recomendação de compra e destaca perspectiva sólida de lucros
21/10/2024
Especialistas do Safra destacam excelente liderança de mercadoda Moura Dubeux para promover vendas futuras | Foto: Getty Images
O Banco Safra iniciou a cobertura da ação da Moura Dubeux (MDNE3) com recomendação de Compra e um preço alvo YE25 de R$ 21,50 por ação, o que implica um potencial de crescimento de 43%.
A visão favorável da empresa se baseia em três pilares principais, que devem apoiar o posicionamento do investidor no maior desenvolvedor da Região Nordeste:
- (i) excelente liderança de mercado para promover vendas futuras;
- (ii) modelo de negócios único, sustentando margens mais altas; e
- (iii) história de crescimento convincente com uma perspectiva sólida de lucros, alimentando um lucro líquido de 26% CAGR 2023-2026.
Posição de liderança destacada no mercado do Nordeste
Após o êxodo de desenvolvedores do Sudeste da Região Nordeste na recessão econômica 2014-2016, a empresa se tornou o único player médio/alto rendimento estabelecido operando na região (com mais de R$ 500 milhões em lançamentos anuais), que aumentou seu poder de negociação com fornecedores, acessibilidade a projetos maiores e reconhecimento da marca para promover vendas futuras.
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A análise do Safra cita o modelo de negócio único com menor exposição ao caixa, sustentando margens mais elevadas. Além do segmento tradicional de desenvolvimento imobiliário, a empresa desenvolve projetos através de um “modelo de condomínio fechado” (veículo de investimento coletivo fechado), um serviço baseado em taxas nas quais os compradores e investidores são responsáveis por todo o financiamento da construção.
O modelo alcançou uma margem bruta trimestral média de 49% desde a sua oferta inicial de ações (vs. 26% na divisão de desenvolvimento) e também permite que a empresa atinja taxas de retorno mais altas dada a menor exposição ao caixa.
Moura Dubeux tem histórico de crescimento e perspectiva sólida de lucros
Desde a oferta inicial de ações em 2020, a Moura Dubeux tem apresentado um impressionante CAGR (Compound Annual Growth Rate) de vendas líquidas de 40% e uma média de 50% de índice de velocidade de vendas, enquanto o seu excelente desempenho de vendas no ano passado reduziu o seu inventário para 11 meses saudáveis de vendas dos últimos 12 meses, que o Safra vê como um sinal positivo dos seus futuros lançamentos.
A empresa também conseguiu construir um banco de terra robusto (~4 anos de lançamentos) e manter uma alavancagem saudável, apesar do aumento nos lançamentos (6% de dívida líquida/ capital no 2T24).
Como resultado, o Safra prevê uma CAGR de 22% nos lançamentos em 2023-2026, que, somada a uma sólida perspectiva de margem bruta (reconhecimento de uma maior parcela das vendas recentes com margens mais altas + custos estáveis), deverá conduzir a uma CAGR de 26% no mesmo período.
O valuation ainda parece atraente, apesar do desempenho superior da ação. Apesar do aumento de 125 bps nas taxas de juros de longo prazo desde o ano de 2013, os resultados impressionantes da empresa nos últimos trimestres levaram a um ganho de 17% em ações desde o ano de 2011, vs. uma perda de 8% dos seus pares no nicho de renda média/ alta.
No entanto, o Safra prevê uma avaliação atrativa de 5,2x P/E 2024, o que implica um desconto de 21% em relação à média de 6,6x dos seus pares. Além disso, com ajuste para o CAGR de 13% do LPA da empresa em 2024-2026, o Safra estima uma taxa de 0,4 PEG, 19% abaixo da média do segmento de 0,5.
Riscos
Os analistas do Banco Safra destacam os seguintes riscos para a tese de investimentos:
- (i) taxas de hipoteca mais altas do que o esperado, reduzindo a acessibilidade dos compradores;
- (ii) riscos de execução, dado um aumento nos canteiros de obras;
- (iii) níveis de inflação mais altos do que o esperado;
- (iv) concorrência mais acirrada e seus impactos sobre os volumes de vendas, preços e aquisição de terrenos;
- (v) reforma tributária que pode aumentar a carga tributária dos construtores de renda média/alta; e
- (vi) redução da liquidez das ações-MDNE3 negocia uma média de R$ 8 milhões (3M ADTV), o que pode ser motivo de preocupação para alguns investidores.