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Déficit melhora e governo deve cumprir meta fiscal em 2025

Resultado primário do governo central em setembro veio melhor do que o esperado e Banco Safra prevê déficit ajustado de 0,25% do PIB, dentro do limite da meta fiscal

Meta fiscal do governo central

Em 12 meses, o governo central atingiu déficit primário de 0,3% do PIB, mesmo nível observado nos dois meses anteriores | Foto: Getty Images

O resultado primário do governo central de setembro foi um pouco melhor do que o esperado, com déficit de R$ 14,5 bilhões. A estimativa do Banco Safra era de R$ 16,2 bilhões.

Os especialistas do Safra destacam as despesas discricionárias que, embora tenham mantido a tendência de alta observada desde a segunda metade de 2025, vieram abaixo do esperado.

Esse ritmo mais brando, combinado à possibilidade de menores despesas relacionadas ao plano de contingência às tarifas de importação dos EUA, traz viés de baixa para a projeção do Safra de gastos até o fim de 2025 e, consequentemente, de melhora para o resultado primário.

O déficit de R$ 14,5 bilhões de setembro foi fruto de R$ 172,4 bilhões em receita líquida e R$ 186,9 bilhões de despesa total.

O avanço real da receita de 3,5% na comparação anual acumulado no ano até setembro mantém o ritmo de crescimento das últimas divulgações.

Já o crescimento real acumulado das despesas de 2,8% no ano até setembro revela aceleração dos gastos nos últimos três meses, mesmo que ainda em um ritmo inferior ao das receitas.

Em 12 meses, o governo central atingiu déficit primário de 0,3% do PIB, mesmo nível observado nos dois meses anteriores.

Especificamente em setembro, a pequena surpresa positiva de R$ 0,62 bilhão na receita líquida foi distribuída em diversas linhas, sem nenhum destaque específico relevante.

Quanto às despesas, apesar do resultado ter vindo R$ 1,1 bilhão abaixo do projetado, os gastos seguem acelerando desde junho, impulsionados principalmente pela alta nas despesas discricionárias que, mesmo tendo vindo um pouco abaixo do esperado, mantém trajetória de aceleração e deve ser um dos principais destaques do avanço dos gastos no segundo semestre.

Déficit pode ficar no limite da meta fiscal

Em suma, o ritmo mais contido das despesas discricionárias em setembro, combinado a uma potencial redução de R$ 9,5 bilhões no uso de créditos extraordinários relacionados a medidas de contingência às tarifas dos EUA, impõe viés de baixa às projeções do Banco Safra de gastos e, consequentemente, de pequena melhora ao resultado primário.

O Banco Safra mantém como cenário base para 2025 um resultado primário de -0,65% do PIB. Ao serem descontadas as despesas não computadas de 0,4% do PIB, o déficit ajustado seria de 0,25% do PIB, garantindo cumprimento do limite inferior da meta fiscal em 2025.

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