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Selic encosta em 15% na superquarta, mas pode cair em novembro

Especialistas do Banco Safra avaliam que o Copom poderá começar a cortar a taxa básica de juros em novembro, mas a Selic ainda sobe mais um pouco nesta superquarta

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O Federal Reserve e o Banco Central do Brasil decidem os rumos dos juros na superquarta desta semana | Foto: Getty Images

O Banco Central poderá iniciar o ciclo de cortes da taxa básica de juros (taxa Selic) a partir de novembro, caso a trajetória de inflação e atividade se confirme. A avaliação é do Banco Safra, citando que nos mercados, as curvas de juros reagiram à mudança nas condições globais, com queda nas taxas a termo e leve aumento nos prêmios de risco.

Nesta quarta-feira, 7 de maio, tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve, nos Estados Unidos, devem anunciar os rumos das políticas monetárias. A coincidência de datas na chamada superquarta é o principal tema da pauta econômica nos próximos dias.

No Brasil, o mercado espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) anuncie mais um aumento na taxa Selic, mas em menor magnitude do que na reunião anterior, dias 18 e 19 de março,  ou seja, inferior a 1 ponto porcentual. Se o aumento for de 0,75 ponto percentual, a Selic ficará em 15% ao ano.

O Banco Safra projeta alta de 0,50 ponto porcentual e também espera que esta seja a última elevação do atual ciclo de aperto monetário. Com isso a taxa básica de juros atinge o nível mais alto desde 2006. Para os juros nos Estados Unidos, o Safra espera a manutenção dos juros pela quarta reunião seguida do Federal Reserve, no atual patamar de 4,25% a 4,50% ao ano.

Saiba mais

Copom deve cortar taxa Selic no fim de 2025

O Banco Safra considera que o cenário atual é de moderação da inflação no Brasil, sustentado por uma combinação de valorização cambial, queda dos preços internacionais de commodities e arrefecimento da demanda interna.

Este cenário deve levar à redução dos custos no atacado, em especial nos índices de preços agrícolas e industriais, reforçando projeção de um IPCA de 5,1% em 2025 e 3,8% em 2026.

Relatório do Safra destaca a prévia da inflação de abril (IPCA-15), que veio em linha com as expectativas, com desaceleração nos núcleos, embora o índice de difusão tenha subido, sugerindo que os efeitos de segunda ordem ainda persistem.

A atividade econômica brasileira, por sua vez, apresenta desaceleração gradual, compatível com o ciclo de aperto monetário iniciado em setembro de 2024. Apesar disso, o PIB do primeiro trimestre de 2025 deve surpreender positivamente, com crescimento de 1,4% sobre o trimestre anterior, impulsionado por uma safra forte.

Contudo, espera-se retração a partir do segundo semestre, especialmente nos setores mais sensíveis à taxa de juros, como consumo e varejo. Esse pano de fundo reforça a expectativa dos especialistas do Banco Safra de que o ciclo de aperto monetário no Brasil está próximo do fim, com a taxa Selic devendo atingir 14,75% em maio.

O Banco Central poderá iniciar o ciclo de cortes a partir de novembro, caso a trajetória de inflação e atividade se confirme. Nos mercados, as curvas de juros reagiram à mudança nas condições globais, com queda nas taxas a termo e leve aumento nos prêmios de risco.

No cenário externo, a balança comercial brasileira deve permanecer robusta, com um superávit projetado de US$ 70 bilhões, sustentado pelo aumento do volume exportado,
especialmente em soja, milho, carnes e petróleo, compensando parcialmente a queda dos preços médios de exportação.

O déficit em transações correntes deverá ser inferior ao volume de investimento direto no país, mantendo o balanço de pagamentos equilibrado.

Na China, os dados do primeiro trimestre mostraram crescimento anualizado de 4,9% t/t, acima do esperado, mas ainda apoiado em exportações e medidas de estímulo público. A demanda interna mostrou pouco dinamismo, pressionada pela crise no setor imobiliário e pela baixa confiança do consumidor.

Nos Estados Unidos, a produção industrial apresentou forte crescimento no início do ano, sugerindo um PIB trimestral anualizado em torno de 3,4%, segundo modelos proprietários do Safra. No entanto, os indicadores de consumo, como as vendas no varejo e os gastos pessoais, vieram mais fracos, indicando perda de fôlego da demanda.

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