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Federal Reserve volta a cortar juros na última reunião de 2024

Comitê de Política Monetária do Fed deve reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual, sem fornecer indicações para os movimentos futuros da política monetária

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A inflação mostra sinais de arrefecimento e o mercado passou a precificar um cenário mais benigno para os juros | Foto: Getty Images

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve anunciar um novo corte de juros na quarta-feira, dia 18. Com isso, a taxa de fed funds deve cair para o intervalo entre 4,25% e 4,50%. A expectativa dos especialistas do Banco Safra é a de que o Fed deixe em aberto seus próximos passos. Para o ano de 2025, a projeção do Banco Safra é de que a taxa de juros nos EUA termine no intervalo entre 3,25% e 3,50%, com as novas reduções ocorrendo uma vez a cada trimestre.

A reunião do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC) esta semana será a última do ano. Diante de uma leitura na margem um pouco melhor para a inflação e após um relatório de mercado de trabalho que não foi particularmente forte em novembro, o colegiado deve reduzir a taxa básica de juros em 0,25 p. p., sem fornecer indicações para os movimentos futuros da política monetária.

Conforme sinalização do presidente do Fed, Jerome Powell, ainda há muita incerteza sobre as mudanças de política econômica, de modo que meras especulações não devem alterar as ações do órgão por enquanto. Ainda assim, caso se confirme um cenário de maior risco inflacionário à frente, é provável que o Fed passe a adotar uma abordagem mais cautelosa, reduzindo a taxa de juros em intervalos mais espaçados.

Saiba mais

Inflação arrefece e Fed volta a cortar juros nos EUA

A inflação americana ficou em 0,31% em novembro, tanto no índice cheio, quanto no núcleo que exclui alimentação e energia. Apesar de o núcleo ter vindo dentro do esperado pelo consenso dos economistas e próximo da variação registrada no mês anterior (0,28%), sua composição foi um pouco diferente.

A inflação de serviços voltou a arrefecer, reduzindo de 0,35% para 0,28%. Por outro lado, a inflação de bens, que vinha registrando oscilações próximas de zero ou até mesmo negativas ao longo do ano, acelerou para 0,31%, o maior valor desde maio de 2023.

A redução da inflação de serviços foi influenciada pela moderação do segmento de habitação, especialmente do chamado aluguel autoimputado (Owners Equivalent Rent – OER). Essa métrica, cujo peso no núcleo é de 34%, vinha apresentando dificuldade de arrefecer ao longo do ano, em parte por conta de sua dinâmica altamente inercial. Ainda assim, os novos aluguéis vinham apontando há algum tempo uma tendência de arrefecimento futuro, que pode estar ocorrendo agora.

Do lado da inflação de bens, a aceleração de novembro foi concentrada em novos veículos e em itens de mobiliário. Esses dois componentes vinham registrando inflação baixa ao longo do ano, de modo que a aceleração nessa última leitura pode ser apenas uma compensação pontual. Ainda assim, existe o risco de esse movimento já refletir em algum grau a perspectiva de imposição de tarifas comerciais no início da
nova administração federal, o que pode levar compradores a antecipar suas importações antes de as novas tarifas entrarem em vigor.

No caso dos automóveis, por exemplo, o maior exportador para os EUA é o México, país que pode ser alvo de uma taxação da ordem de 25% logo após a mudança de governo. Uma conclusão mais assertiva sobre essa possibilidade dependerá de mais dados referentes ao período entre novembro e janeiro, mas conforme a última edição do Livro Bege do Fed, “as empresas de vários distritos indicaram que as tarifas representam um risco altista significativo para a inflação”.

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