Juro já afeta consumo e deve desacelerar emprego no segundo semestre

A taxa de desemprego caiu de 6,2% em maio para 5,8% em junho, sem ajuste sazonal, abaixo das expectativas de mercado (6,0%). Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego caiu de 6,0% para 5,8%, resultado do aumento da população ocupada em 156 mil e da queda da força de trabalho em 55 mil.

Os rendimentos nominais efetivos cresceram 1,0% na variação mensal com ajuste sazonal, ritmo de crescimento maior do que o observado no mês anterior (0,7% m/m).

Em termos interanuais, o crescimento dos rendimentos nominais acelerou de 8,2% em maio para 8,5% em junho.

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Projeção para o emprego no segundo semestre

Esta divulgação foi marcada pela atualização e reponderação da PNAD para refletir as novas informações do Censo de 2022 do IBGE. Houve redução na estimativa dos contingentes populacionais, incluindo a queda de cerca de 2.0% nas pessoas em idade de trabalhar, na força de trabalho e na população ocupada.

Com isso, as séries históricas da taxa de participação e da taxa de desocupação não sofreram alterações significativas. Os dados de rendimentos também não mostraram mudanças relevantes.

A criação de 156 mil postos de trabalho em junho, apesar de mostrar resiliência, registrou uma desaceleração em relação aos cinco meses anteriores, quando houve crescimento médio de cerca de 200 mil.

A taxa de participação caiu marginalmente em junho, o que ajudou a reduzir a taxa de desemprego no mês, com ajuste sazonal. A remuneração do trabalho mostrou aceleração na margem, após sinais incipientes de arrefecimento nos meses anteriores. Vale destacar que o rendimento dos trabalhadores no setor privado tem sido impulsionado pelos trabalhadores informais, que apresentaram crescimento de 1,3% m/m frente a expansão de 0,5% m/m entre os formais em junho, após ajuste sazonal.

Segundo análise dos especialistas do Banco Safra, o mercado de trabalho ainda segue com dinamismo. O ciclo de aperto monetário, que já está arrefecendo o mercado de crédito e deprimindo as confianças, deverá prejudicar o consumo das famílias ao longo dos próximos trimestres, com impacto sobre o mercado de trabalho no segundo semestre, avalia o Safra.