IPCA acelera para 0,48% em setembro, mas inflação é considerada ‘benigna’
Inflação oficial de setembro acelera após deflação de agosto, mas composição do índice (IPCA) é mais benigna do que o resultado sugere, segundo a análise do Banco Safra
09/10/2025
O Banco Safra projeta variação de 4,6% para o IPCA em 2025 e de 3,7% em 2026 | Foto: Getty Images
A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de 0,48% em setembro. O resultado acelerou em relação à deflação de 0,11% em agosto, mas ficou abaixo da projeção de 0,53% do Banco Safra. No acumulado em 12 meses, o indicador registra alta acumulada de 5,17%.
Analisando a abertura dos dados, os especialistas do Banco Safra destacam que houve clara divergência entre preços administrados e preços livres. Os preços administrados foram o único destaque de alta, marcando elevação de 1,87% no mês, ante previsão de 1,69%.

Esse resultado foi puxado pela alta maior do que a projetada na gasolina e na tarifa de energia elétrica, esta última refletindo o efeito rebote da devolução do Bônus de Itaipu.
Por outro lado, os preços livres tiveram variação nula na comparação mensal, o que representa uma surpresa baixista frente à expectativa de alta de 0,13% em setembro. Dentre os preços livres, todos os componentes tiveram variação mais branda do que a projetada. Os Bens Industriais avançaram apenas 0,06% e os Serviços, 0,13%.
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IPCA de setembro mostra deflação dos alimentos
Os preços de Alimentação no Domicílio tiveram variação negativa de 0,41%, registrando o quarto mês consecutivo com deflação. Com isso, a média dos núcleos variou 0,19% no mês, abaixo da expectativa do Banco Safra de um resultado de 0,24%.
Considerando os dados com ajuste sazonal, as métricas de núcleos em médias móveis trimestrais seguem melhorando gradualmente.
Análise Safra: IPCA de 2025 tende a ficar em 4,6%
Enquanto as surpresas altistas ficaram concentradas em itens com baixa correlação com o ciclo econômico, as baixistas foram mais generalizadas. A composição do IPCA é, portanto, mais benigna do que o índice geral sugere, segundo a análise do Banco Safra.
As métricas de núcleo tendem a refletir isso, expurgando ou atribuindo peso menor a itens com inflação volátil ou flutuação causada por fatores específicos e não-econômicos.
O Safra destaca a desaceleração dos Serviços Subjacentes, que apesar de seguir em patamar elevado, tem apresentado arrefecimento importante ao longo deste ano.
Os especialistas do Safra projetam que a desaceleração do mercado de trabalho ganhará tração nos próximos meses, viabilizando a continuidade do esfriamento da inflação de Serviços.
Esse componente se somará à já registrada melhora na inflação de Bens, conduzindo a inflação cheia para patamares condizentes com a meta ainda neste ano. O Banco Safra projeta variação de 4,6% para o IPCA em 2025 e de 3,7% em 2026.
A meta para a inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano de 2025 é de 3,00%, com intervalo de tolerância de menos 1,50 ponto percentual e mais 1,50 ponto percentual, isto é, de 1,50% a 4,50%.

