Inflação mostra melhora gradual, mas fecha o ano acima do teto da meta

O Banco Safra prevê que a inflação acumulada em 12 meses encerre o ano de 2025 em 4,9%. A estimativa foi confirmada após a divulgação da prévia da inflação oficial de julho, medida pelo IPCA-15, que apresentou variação de 0,33% em julho em comparação ao mês anterior. O resultado foi idêntico à projeção do banco.

A bandeira vermelha na conta de luz e reajustes de tarifas em cinco capitais pressionaram o resultado do índice, que mostrou aceleração em relação ao resultado de junho (0,26%).

Ao mesmo tempo, o preço dos alimentos – um vilão da inflação nos últimos meses – caiu pelo segundo mês seguido, ajudando a segurar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPCA-15 acumula 5,3% nos últimos 12 meses.

Na abertura dos dados da inflação por componentes, os preços administrados variaram 0,53% na comparação mensal, ante previsão de 0,70%. Já os bens industriais apresentaram crescimento de 0,01% em relação ao mês anterior, também em linha com a projeção do Safra.

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No item alimentação no domicílio, houve variação negativa de -0,40% em relação a junho, ante previsão de -0,54%. Por fim, a inflação de serviços registrou alta de 0,70% no mês, frente à projeção de 0,65%, com destaque para a alta de 0,84%de alimentação fora do domicílio.

Apesar dessa surpresa altista, os serviços subjacentes (pressão de preços mais persistente, excluindo itens mais voláteis) marcaram variação mensal de 0,45% em relação a junho, levemente abaixo do esperado. Com isso, a média dos núcleos variou 0,30%, em linha com a expectativa do Safra de um resultado de 0,32%.

Considerando os dados com ajuste sazonal, essa métrica desacelerou de 4,8% no mês anterior para 4,4% na média móvel de três meses anualizada.

Projeção do Safra para a inflação em 2025

O resultado do IPCA-15 de julho veio em linha com o esperado, tanto no índice geral quanto nos núcleos. A abertura por itens mostrou surpresas para ambos os lados, mas principalmente em linhas que são excluídas da maior parte dos cálculos de núcleo da inflação, como tarifa de energia elétrica (para baixo) e passagem aérea (para cima).

Já os serviços subjacentes tiveram variação levemente abaixo da previsão do Safra, apesar da alta maior do que a esperada em alimentação fora do domicílio.

Ou seja, o arrefecimento dessa métrica teria sido mais notável se não fosse a surpresa altista em serviços de alimentação. Em suma, o cenário inflacionário segue em processo de melhora, segundo o Banco Safra, com desaceleração gradual dos núcleos há alguns meses.

Os especialistas do Safra esperam que as próximas leituras dos preços continuem mostrando uma inflação bem-comportada e que o IPCA ceda ao longo do segundo semestre, fechando o ano em 4,9%.

A meta de inflação para 2025, fixada pelo Conselho Monetário Nacional , é de 3,00%, com intervalo de tolerância de ±1,5 ponto percentual.