Rede Iguatemi eleva receita com taxa de ocupação mais alta
A rede Iguatemi manteve o forte momento operacional dos trimestres anteriores, mas os analistas do Banco Safra avaliam os resultados como neutros
30/04/2025
Na visão dos analistas do Safra, a Iguatemi possui o portfólio mais premium do setor de shoppings, sustentando as maiores vendas e aluguel por metro quadrado | Foto: Getty Images
A rede Iguatemi (IGTI11) reportou resultados neutros no primeiro trimestre de 2025, com o fluxo de caixa operacional abaixo do esperado refletindo principalmente resultados financeiros piores do que o esperado.
No geral, a receita da empresa cresceu sólidos 8% em relação ao mesmo período do ano passado, devido a uma taxa de ocupação mais alta, que impulsionou as receitas de aluguel, bem como um aumento nas taxas de administração e receitas no segmento de varejo.
Enquanto isso, apesar de um aumento nas despesas gerais e administrativas, a margem EBITDA da empresa ainda atingiu saudáveis 74%. Por outro lado, a maior alavancagem da Iguatemi em meio ao aumento das taxas de juros levou a uma contração de 10% a/a no FFO. A empresa manteve o forte momento operacional dos trimestres anteriores.
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As vendas totais dos locatários cresceram impressionantes +17% a/a para R$5,0bn no 1T25 (+8% excluindo a aquisição do RioSul). Além disso, a taxa de ocupação da empresa cresceu +2,5pps a/a para 96,6%, enquanto seu custo de ocupação caiu 0,7pps a/a para 11,8%. Isso, combinado com uma taxa de inadimplência líquida saudável de 1,4% (-0,7pp a/a), permite que a empresa continue pressionando por aluguéis mais altos.
A receita da Iguatemi ficou estritamente dentro da estimativa do Safra, em R$331mn (+8% a/a). A receita de aluguel da empresa cresceu 5% a/a, para R$250mn (-1% vs. Safra), beneficiada por um crescimento de 5,9% nas Vendas de Mesmas Lojas (SSS) vs. 1T24, implicando um crescimento real de 2,9pps a/a sobre o ajuste do IGP de seu portfólio.
Além disso, o aumento de 1,4% a/a no fluxo de carros, juntamente com o recente aumento nas taxas de estacionamento, impulsionou um aumento de 13% a/a na receita de estacionamento, para R$60mn (+4% vs. Safra).
Enquanto isso, a taxa de ocupação mais alta levou a uma redução de 3% a/a nas despesas de propriedade, alimentando um NOI de R$275mn, implicando uma expansão de +8% a/a.
O EBITDA ajustado da empresa cresceu 7% a/a, para R$244mn. Por outro lado, as despesas gerais e administrativas aumentaram 25% a/a, refletindo principalmente despesas não recorrentes relacionadas à saída de executivos seniores.
No entanto, a empresa ainda reportou uma melhoria de 1,3pps a/a na margem operacional do segmento de varejo (margem EBITDA de 2,0%), contribuindo para uma margem EBITDA saudável de 73,8% (-0,8pps a/a), ainda ficando 0,7pp abaixo da estimativa do Safra.
Enquanto isso, a perda financeira líquida da empresa aumentou 60% a/a, refletindo a maior alavancagem da Iguatemi após a aquisição do RioSul, em meio a um ambiente de taxas de juros mais altas.
Consequentemente, o FFO ajustado da Iguatemi caiu 10% a/a, para R$139mn, implicando uma margem FFO de 41,8% (8,4pps a/a e -3,9pps vs. Safra).
Por fim, a empresa encerrou o 1T com uma alavancagem dívida líquida/EBITDA de 1,8x (-0,1pps t/t e a/a), enquanto também anunciou um pagamento de dividendos de R$200mn (R$50mn já pagos), implicando um rendimento de 3%.
Avaliação do Safra
Os resultados do 1T25 da Iguatemi foram neutros, com o lucro líquido abaixo do esperado refletindo principalmente resultados financeiros mais fracos do que o esperado. No entanto, o Safra reitera a recomendação de Compra para IGTI11, principal escolha do banco no segmento.
Na visão dos analistas do Safra, a Iguatemi possui o portfólio mais premium da indústria, sustentando as maiores vendas e aluguel/m² entre os pares listados, enquanto o Safra ainda vê suas ações negociando a um rendimento FFO 2025E atraente de 11,7%, implicando um desconto de 20% para a Multiplan e um spread de 4,1pps para o rendimento da NTN-B 2035, 1,5pps acima de sua média histórica de 5 anos de 2,6pps.