close

Hapvida e Rede D’Or são destaques no setor de saúde

Análise do Banco Safra sobre o setor de saúde indica que líderes como Rede D'Or (RDOR), Hapvida (HAPV) e fleury (FLRY) devem reportar números melhores nos balanços do 2º trimestre

Saúde

HAPV3 continua sendo melhor opção no setor de saúde, segundo o Safra, devido à combinação de crescimento de ganhos de curto prazo e posicionamento competitivo para o longo prazo | Foto: Getty Images

Análise do Banco Safra sobre o setor de saúde indica que os maiores e líderes, como Rede D’Or (RDOR), Hapvida (HAPV) e fleury (FLRY), devem reportar números melhores, pois impulsionam a recuperação do setor dos últimos anos turbulentos.

Os pequenos players devem continuar enfrentando pressões sobre o crescimento, as margens e o capital de giro. Os operadores de saúde devem liderar a recuperação, registrando outro trimestre com melhorias na margem, beneficiando-se de uma sinistralidade inferior ao ano anterior, em função de um aumento ainda forte nos preços e iniciativas de controle de custos, destaca o Safra.

Do lado dos prestadores de serviços, o maior número de dias úteis em abril e a sazonalidade favorável devem levar a uma retomada no crescimento do volume (após um fraco 1T) e taxas de ocupação decentes. Além disso, Oncoclínicas e ODPV devem reportar um maior crescimento na receita, enquanto Viveo provavelmente reportará um ritmo mais lento do que nos trimestres precedentes.

A Qualicorp ainda deve enfrentar um trimestre difícil com a perda de membros, devido aos níveis ainda altos de rotatividade.

A HAPV3 continua sendo melhor escolha no setor, segundo o Safra, devido à combinação de crescimento de ganhos de curto prazo e posicionamento competitivo para o longo prazo.

Saiba mais

Destaques dos balanços do setor de saúde no segundo trimestre

ODPV3: Fortes adições líquidas e ainda baixa taxa de perda dentária. O Safra espera que a Odontoprev tenha um crescimento sólido na receita, impulsionado pelo aumento de 2,2% no ticket médio e adições líquidas de 131 mil no trimestre.

A sinistralidade ajustada (ajustada para a reversão de provisões no segmento pessoa física) deve chegar a 41% (+22bps a/a e -618bps t/t). O Safra também espera que a empresa publique alguma diluição de despesas gerais e administrativas sequencialmente. Como resultado, o EBITDA e o lucro líquido devem atingir R$171 milhões e R$133 milhões, respectivamente.

QUAL3: A Qualicorp registra um trimestre fraco na perda contínua de adesão. O portfólio de afinidade da Qualicorp deverá sofrer uma perda líquida de 75 mil membros e a receita média por membro deve diminuir sequencialmente (-5,2% t/t), apesar dos recentes aumentos de preços implementados pelos operadores da área de saúde, que devem levar a receitas líquidas de R$ 376 milhões (-14% a/a e -7% t/t).

As margens brutas e do EBITDA devem ser pressionadas pela desalavancagem operacional, levando a um EBITDA de R$ 171 milhões.

Adicionalmente, o EBITDA – CAC (que exclui os custos de aquisição de clientes capitalizados) deve atingir R$143 milhões. Como resultado, o lucro líquido deve diminuir 9% a/a para R$ 12 milhões.

HAPV3: Hapvida registra melhoria contínua da sinistralidade para conduzir um bom trimestre. O safra espera que a Hapvida publique números positivos no trimestre, impulsionado pela melhoria da sinistralidade de caixa para 70,4% (-335bps a/a e +240bps t/t devido à sazonalidade), impulsionada pelos aumentos de preços e maior verticalização.

As despesas de SG&A como porcentagem das vendas devem continuar a melhorar sequencialmente para 22,6% (-55bps a/a e -129bps t/t). Enquanto isso, o Safra vê sinais de um cenário mais benigno para a base beneficiária, conforme mostrado nos dados mensais divulgados pela ANS. Consequentemente, o banco prevê uma perda líquida de 38 mil beneficiários, que embora ainda em território negativo, marca uma melhoria decente trimestre a trimestre (perda líquida de 66 mil no 1T24) e é significativamente melhor do que as expectativas no início deste ano.

FLRY3: Sólido 2T24 impulsionado por algum crescimento orgânico e expansão da margem. O Safra espera um trimestre forte, com uma melhoria no crescimento da receita em relação ao trimestre anterior (+7,7% vs. 6,6% no 1T24), beneficiando-se do aumento dos dias úteis em abril (1T foi negativamente impactado por um menor número de dias úteis), continuando com expansão da margem EBITDA ajustada (+50bps a/a) e alguma normalização do ciclo de recebíveis no 2T24.

Essas tendências devem impulsionar um forte crescimento dos lucros (+38% ano a ano) e uma geração decente de fluxo de caixa livre, o que deve aumentar o retorno dos acionistas através de dividendos e juros sobre ações.

MATD3: Resultados fracos em crescimento de volume modesto e ainda glosa elevado. O ramp-up de Salvador pode adicionar algumns leitos e, assumindo uma taxa de ocupação t/t estável de 79,1%, deve haver um ligeiro aumento sequencial de 2,5% nos dias do paciente. Consequentemente, os dias de pacientes devem crescer 9% a/a, o que, juntamente com um aumento de 4,5% na fatura diária média, deve impulsionar as receitas brutas para 14% a/a.

Por outro lado, os altos glosas devem continuar pressionando as receitas líquidas no trimestre. Além disso, o aumento salarial para enfermeiros e técnicos deve ter outra rodada de impacto nos custos de pessoal, já que o efeito está sendo acomodado em aumentos bianuais. Como resultado, o Safra espera um EBITDA ajustado de R$139 milhões (-5% a/a e estável trimestralmente), com uma margem de EBITDA ajustado de 23,3% (-320bps a/a e -60bps t/t).

VVEO3: Crescimento lento da receita e capital de giro ainda sob pressão. O Safra espera que a Viveo apresente receita líquida de R$2.743 milhões (+8% a/a e -7% t/t), desacelerando nos segmentos Hospitais e Clínicas (+7%), embora as outras unidades de negócio (Laboratórios e Vacinas, Varejo e Serviços) devem ter um bom desempenho (+20%, +10% e +5%, respectivamente).

A margem bruta deve ser diluída devido ao menor poder de preço em um cenário competitivo desafiador, chegando a 15% (-290bps no ano). Assim, o Safra espera um EBITDA ajustado de R$172 milhões (-31% a/a e +16% t/t), com uma margem de EBITDA ajustada de 6,3% (-359bps a/a e +126bps t/t). Por fim, o banco espera que o capital de giro continue pressionando a geração de caixa, já que as medidas para resolver esse problema provavelmente entrarão em vigor apenas no último trimestre do ano.

ONCO3: Crescimento para re-acelerar, mas ainda está queimando caixa. O Safra espera um sólido crescimento de 19,5% no ano, com a impressão média de bilhetes em +6% devido aos aumentos de preços, enquanto os altos glosas devem continuar pressionando as receitas líquidas no trimestre. Assim, o banco espera um crescimento do EBITDA de 18,8%, juntamente com a redução contínua das despesas gerais. Além disso, o Safra espera que o lucro líquido se beneficie de uma taxa de imposto efetivo mais baixa relacionada à recente integração das subsidiárias. Por último, no que diz respeito à dinâmica do capital de giro, é razoável esperar uma melhoria nas contas a receber apoiadas majoritariamente pela UNIMED FERJ, como a conta de garantia destinada a garantir seus recebíveis deve voltar a ser ativa. Consequentemente, o Safra prevê que a empresa ainda vai queimar caixa no trimestre.

RDOR3: SULA é a luz brilhante, pois os aumentos de preço devem resultar em uma melhor sinistralidade, enquanto a base de beneficiários deve reportar um desempenho sólido.

Os sócios da SulAmérica devem retomar o crescimento, com adições líquidas de 54 mil membros e um aumento médio de +15% nos ingressos no segmento saúde, levando a uma sólida receita de R$ 7.287 milhões (+10% a/a e 1,6% t/t).

A sinsitralidade deve chegar a 85,5%, com uma melhoria de +170bps no ano (-220bps em sequência devido à sazonalidade). Na divisão de Hospitais, o Safra espera que a fatura diária média aumente 5,5% a/a, com taxas de ocupação a/a estáveis em 83% (+330bps t/t também devido à sazonalidade), levando a um crescimento de 0,8% a/a em dias de pacientes (+4,5% t/t).

Além disso, o EBITDA ajustado deverá chegar a R$ 1.824 milhões (+12% a/a e +10% t/t), com uma expansão da margem de EBITDA em 138bps no ano, principalmente devido à normalização dos custos de materiais e medicamentos.

Por fim, em base consolidada, a receita deverá crescer 9%, enquanto o EBITDA ajustado deverá chegar a R$ 1.945 milhões, resultando em um lucro líquido de R$ 798 milhões (+95% a/a).

DASA3: Receita fraca, conduzindo resultados sem brilho. No BU1 (Hospitais e Oncologia), a taxa de ocupação deve chegar a 80,0% (+70bps a/a e +161bps t/t) e o ticket médio e os dias do paciente devem aumentar 7% a/a e -0,4% a/a, respectivamente.

A margem bruta da divisão deve chegar a 25,5%, (+55bps t/t), já que os aumentos de preço devem compensar o aumento dos custos, mas a falta de crescimento em volume impede uma maior diluição. No BU2 (Labs, Coordinated Care e Outros), como resultado de um maior número de dias úteis, o Safra espera um forte crescimento em volume no PSC (+5% a/a), enquanto o preço médio por teste deve aumentar 3,1% a/a.

A margem bruta em BU2 também deve ser igual no t/t, atingindo 36,0%. A margem de EBITDA consolidada deve melhorar em relação ao ano anterior, devido à diluição dos gastos gerais e administrativos e maior eficiência do processo de integração.

CTA Padrão CTA Padrão

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra