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Fed faz novo corte de 0,25 ponto nos juros e deve repetir a dose em dezembro

Federal Reserve faz novo corte de 0,25 ponto porcentual nos juros, e deve fazer mais um corte da mesma magnitude em dezembro; confira a projeção para 2026

Federal Reserve

Segundo a avaliação do Banco Safra, o Fed deve prosseguir com cortes da taxa de juros no ano que vem até o intervalo entre 3,25% e 3,50% em dezembro | Foto: Getty Images

O Federal Reserve, Banco central dos Estados Unidos, cortou a taxa de juros em 0,25 ponto nesta quarta-feira, dia 26. Com isso, os juros caíram para o intervalo entre 3,75 e 4% ao ano. Foi o segundo corte consecutivo da mesma magnitude, conforme já era amplamente esperado pelo mercado financeiro.

O Banco Safra projeta um corte adicional ainda neste ano, na reunião de dezembro do comitê de política monetária do Fed (FOMC). Na avaliação do Safra, a taxa de juros deve ter novos cortes em 2026 e vai encerrar o ano no intervalo entre 3,25% e 3,50% ao ano.

A autoridade monetária dos Estados Unidos retomou o processo de flexibilização dos juros na sua reunião do dia 17 de setembro. Na ocasião o Fed promoveu um corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros americanas, para faixa de 4% a 4,25% ao ano. E também atualizou a expectativa mediana de taxa de juros dos participantes de seu comitê de política monetária (FOMC), que passou a incorporar um total de três cortes de 0,25 p.p. neste ano, isto é, dois cortes nas últimas duas reuniões do ano (uma agora e a última em dezembro).

Apesar disso, a autoridade monetária reiterou que as decisões futuras não seguem um curso predeterminado e dependem dos dados econômicos, sugerindo que uma nova redução em outubro não estaria garantida.

A paralisação de atividades do governo americano (shutdown) vem prejudicando a publicação de diversos indicadores, de modo que a formação de expectativas para a próxima reunião passou a dar maior peso a outras fontes de informação.

Com base nelas, aumentou a probabilidade de que o Fed prossiga com cortes da taxa de juros de 0,25 p.p. nas próximas reuniões, ainda que isso não altere a expectativa de juros para o final do ano de 2026.

Federal Reserve revisa projeções após retomar corte de juros

Na última reunião, em setembro, o Federal Reserve reduziu a taxa de juros em 0,25 pontos base, para o intervalo entre 4,00% e 4,25% ao ano.

Junto com a decisão de juros também foi divulgada a atualização das projeções dos integrantes do comitê de política monetária (FOMC) para as principais variáveis econômicas: os números para o PIB de 2025 até 2027 foram revisados ligeiramente para cima, a taxa de desemprego dos próximos dois anos ligeiramente para baixo e a inflação teve um pequeno aumento para 2026.

A expectativa mediana para a taxa de juros passou a incorporar um total de três cortes de 0,25 p.p. neste ano, isto é, dois cortes nas últimas duas reuniões do ano (outubro e dezembro).

Jerome Powell alerta sobre condições para novos cortes de juros

Apesar da projeção mediana de juros, os dois cortes adicionais não estão necessariamente garantidos, como indicou o presidente do FED, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após a reunião.

Powell reiterou que a decisão de política monetária é condicional à evolução dos dados econômicos e não segue um curso predeterminado. Assim, o resultado da próxima reunião, no dia 29 de outubro, dependeria da análise dos indicadores econômicos divulgados até aquela data.

A falta de um acordo sobre a alocação orçamentária para o ano fiscal de 2026 levou o governo federal ao shutdown a partir de primeiro de outubro.

Quando isso ocorre, diversos departamentos ficam sem recursos e suspendem temporariamente suas atividades tidas como menos essenciais. Por conta disso, a divulgação de importantes indicadores econômicos de fonte pública está suspensa ou adiada.

Dentre os dados sem previsão de divulgação estão os referentes ao mercado de trabalho de setembro, os semanais de seguro-desemprego, as vendas no varejo e os índices de preços de exportação e importação, além da inflação ao produtor (PPI).

Dos mais relevantes, apenas o índice de preços ao consumidor (CPI) deverá ser divulgado, com atraso, no dia 24 de outubro, pouco antes da reunião do FED, no dia 29.

Na ausência de importantes dados econômicos, a formação de expectativas para a próxima reunião passou a dar maior relevância para outras fontes de informação, tais como alguns indicadores privados, as comunicações de integrantes da autoridade monetária e a visão reportada pelos empresários no Livro Bege.

A última divulgação do índice de mercado de trabalho do ADP mostrou que a criação de emprego de setembro seguiu fraca. Os índices de atividade econômica do ISM para o mesmo mês apontaram uma atividade estável, tanto no setor de manufatura quanto no de serviços.

A mais recente edição do Livro Bege do Fed explicitou um arrefecimento da demanda por mão de obra e alguma dificuldade de as empresas repassarem o aumento de custo associado às tarifas comerciais, ainda que em algum grau esse processo já esteja em andamento.

Federal Reserve destaca deterioração do mercado de trabalho

Por fim, apesar de destacarem as incertezas, alguns membros do Fed apontaram sinais de deterioração do mercado de trabalho, com o receio de aceleração desse processo nos próximos meses.

Dessa forma, aumentou a probabilidade de que o Fed prossiga com cortes da taxa de juros de 0,25 p.p. nas últimas duas reuniões deste ano (outubro e dezembro). Ainda assim, os riscos inflacionários existem e, por mais que tenha havido alguma piora recente, o mercado de trabalho segue próximo ao equilíbrio, com a razão entre desempregados e vagas em aberto em torno de um.

Assim, o Banco Safra mantém a expectativa de que a taxa de juros encerrará o próximo ano no intervalo entre 3,25% e 3,50% ao ano.

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