Farmácias devem crescer até 17% no terceiro trimestre
Prévia de resultados do varejo farmacêutico elaborada pelo Banco Safra analisa o momento favorável do setor e cita a rede Pague menos como destaque positivo
31/10/2024
Panvel deve ter crescimento anual de 10%, e a rede Raia Drogasil pode crescer 15%, segundo análise do Banco safra | Foto: Getty Images
A Associação da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) divulgou dados de vendas para setembro de 2024,
que mostraram aceleração do crescimento tanto das fábricas para os distribuidores quanto para o consumidor final.
As vendas de varejo farmacêutico subiram 16% no mês e 13% no terceiro trimestre de 2024, enquanto as vendas da indústria farmacêutica subiram 15% e 12%, respectivamente.
O Banco Safra espera que a receita dos varejistas listados cresça de 12% para 17% no terceiro trimestre, o que deve resultar em uma participação de mercado estável para PGMN e superior para PNVL e RADL com base nos dados publicados para o último trimestre pela Sidusfarma.
Quanto à Hypera, os dados não fornecem muita informação, pois o 3T24 deve ser marcado pelos ajustes anunciados pela empresa em 18 de outubro de 2024.
O Banco Safra mantém uma visão otimista para o setor farmacêutico, principalmente da PNVL e PGMN, à medida que o primeiro
continua fortalecendo sua presença na região Sul, ao mesmo tempo em que melhora sua margem de EBITDA. Quanto à PGMN, o Safra continua confiante na virada da EF e no desempenho consolidado melhorado, o que deve levar a uma melhoria de 45 bps em relação ao ano anterior na margem do EBITDA.
Destaques do setor de farmácias
No setor de varejo farmacêutico, o banco Safra espera um bom trimestre, já que as empresas deverão apresentar um ritmo de crescimento decente (entre 10% e 15% em termos homólogos), juntamente com ganhos na margem EBITDA. Na avaliação dos especialistas do Safra, o destaque positivo deve ser a Pague Menos (PGMN), com um crescimento de 12% na receita a/a e +45bps de margem EBITDA em cima das sinergias com a Extrafarma.
Enquanto isso, a receita da Raia Drogasil (RADL) deve crescer em um ritmo mais rápido (15% aa), mas com ganhos menores na margem do EBITDA (+35bps aa). Por fim, apesar do impacto negativo do redimensionamento da operação B2B, a Panvel deve registrar um crescimento de 10% no primeiro trimestre e uma melhoria de 76 bps na margem EBITDA.
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Para a indústria farmacêutica, o Safra espera um terceiro trimestre melhor em relação ao trimestre anterior. O banco espera que o Hypera (HYPE) tenha um crescimento de 6% na receita líquida no mesmo período, apesar das fortes perdas da empresa (+9% no trimestre). No entanto, a margem de EBITDA deve diminuir (-79bps a/a) devido ao menor mix de vendas.
Quanto à Blau Farmacêutica, o Safra espera resultados melhorados (N.R. +24% a/a) em função da recuperação gradual dos preços das imunoglobulinas e ganhos de margem do EBITDA (+868bps a/a).
Farmácias podem crescer acima de 10%
Pague Menos (PGMN3): Crescimento de receita e sinergias impulsionando a expansão da margem do EBITDA. O Safra espera que a empresa tenha vendas de R$ 3,4 bilhões, 12% acima do ano anterior, apoiada pelo desempenho positivo das Vendas de Mesmas Lojas e pela integração da Extrafarma. O banco espera uma margem bruta estável após 3 trimestres com pressão de ajustes de estoque. Consequentemente, o EBITDA deve estar em alta de 22% a/a, com uma margem de 5,1% (+45bps a/a) apoiado na alavancagem operacional como resultado das sinergias capturadas da aquisição. No lucro líquido, esperamos um lucro de R$42 milhões devido a menores despesas financeiras, em comparação com uma perda líquida de R$0,4 milhões no 3T23. Vale ressaltar que o melhor desempenho operacional deve apoiar uma redução da alavancagem (relação dívida líquida/EBITDA) para 2,2x vs. 2,4x no 3T23.
Panvel (PNVL3): Menor ritmo de crescimento aliado a ganhos na margem do EBITDA devido ao redimensionamento B2B. O Safra espera um aumento de 10% na receita em razão do desempenho positivo da divisão de Varejo (+16% em comparação com o ano anterior):
- (i) crescimento de Vendas de Mesmas Lojas (+12%) e
- (ii) abertura de 30 lojas nos últimos 12 meses, que deve compensar mais do que o efeito negativo do redimensionamento da operação B2B (-58% em relação ao ano anterior) e melhorar a sua rentabilidade e dinâmica de capital circulante.
Como resultado, o EBITDA deve totalizar R$ 72 milhões (+27% a/a) devido a uma combinação de:
- (i) maior participação das vendas do varejo (margem bruta acima de +65bps a/a); e
- (ii) crescimento das Vendas de Mesmas Lojas acima da inflação.
Consequentemente, o Safra espera uma redução de 76bps na margem EBITDA, que deverá chegar a 5,4%. O banco também espera um resultado de R$ 33 milhões (+22% ano a ano), atingido por maiores impostos sobre o rendimento. Por último, a
dinâmica de capital de giro da empresa deve melhorar como resultado de melhores condições de pagamento com os fornecedores.
Raia Drograsil (RADL3): Receita sólida, mas margens mais baixas. A receita bruta deve crescer 15% em relação ao ano anterior devido ao desempenho positivo das Vendas de Mesmas Lojas e à expansão da contagem de lojas (+9% em relação ao mesmo período). Consequentemente, o EBITDA deverá somar R$ 795 milhões (+21% a/a), com ganhos na margem do EBITDA em função da diluição dos gastos de SG&A (endas de Mesmas Lojas está crescendo consistentemente acima da inflação). O lucro líquido deverá chegar a R$308 milhões, com +15% a/a, impactado negativamente por uma taxa de imposto sobre a renda mais alta, o que não seria surpresa.
Indústria farmacêutica
Hypera (HYPE3): Crescimento da receita voltou, mas a pressão sobre a margem do EBITDA permanece. A receita líquida deve estar em alta de 8% no ano, apesar das condições difíceis (+9% no ano no 3T23). No entanto, o desempenho inferior dos OTC em comparação com outras categorias deve conduzir a uma redução da margem bruta de 148 pb. Por outro lado, estimamos uma menor queda na margem de EBITDA (-79bps a/a), pois a empresa foi capaz de melhorar a eficiência das despesas gerais. Consequentemente, o EBITDA deve estar 6% acima do ano passado para R$ 845 milhões. Espera-se que o lucro líquido atinja R$506 milhões no 3T24 (+1% em relação ao 3T24), impactado negativamente pelo aumento das taxas de juros (no 3T23 a empresa beneficiou de créditos fiscais de R$25 milhões). Vale a pena notar que o desempenho do 3T24 reforça nossa visão de que a empresa será capaz de atender seu guidance para 2024.
Blau Farmacêutica (BLAU3): O pior está ficou para trás. O Safra espera um crescimento de 24% no ano devido à recuperação gradual dos preços das imunoglobulinas no mercado do setor privado. Além disso, espera que a margem bruta atinja 37,3% (+658bps a/a) e também se beneficie de um cenário competitivo mais racional. Consequentemente, esperamos uma margem de EBITDA de 22,4% no 3T24, um aumento de 868bps em relação ao mesmo período do ano anterior, com alavancagem operacional. Consequentemente, o EBITDA deverá chegar a R$ 48 milhões, com um aumento de 102% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado deve chegar a R$ 48 milhões, com uma margem líquida de 11%, com um aumento de 105% a/a.