Energisa e Copel são os destaques dos balanços das elétricas
O Safra espera um bom trimestre para Distribuidoras de eletricidade e resultados 'justos' para as empresas de geração
23/07/2024
Cemig e a CPFL devem ser os destaques negativos dos balanços do setor, segundo a análise do Banco Safra | Foto: Getry Images
O Banco Safra divulgou relatório com prévia dos resultados para as empresas de sua cobertura no setor de de Utilidades Básicas. O Safra espera um bom trimestre para Distribuidoras e resultados justos em geração:
(i) Distribuidoras devem se beneficiar de fortes volumes de vendas, ainda refletindo as altas temperaturas impulsionadas pelos meses finais sob influência do El Niño;
(ii) as margens de geração devem ser ajudadas por um déficit hídrico relativamente menor, bem como o aumento do início de novos projetos, que deverá ser parcialmente compensado por ainda baixos preços spot no trimestre e redução para as energias renováveis;
(iii) Transmissão também incorporará os resultados de novos projetos, mas algumas unidades devem ser impactadas negativamente pelo índice de inflação IGP-M.
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Os destaques positivos do setor são a Energisa e a Copel, enquanto os pontos negativos devem ser a Cemig e a CPFL, segundo a análise dos especialistas do Banco Safra.
A forte tendência para os volumes continuou, segundo a análise. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os volumes em abril-maio cresceram 7,3% e 4,4% a/a em junho – segundo o Operador Nacional do sistema (ONS), como resultado da combinação de temperaturas mais altas e alguma recuperação nos segmentos comercial e industrial selecionados.
No entanto, o Safra observa que o ritmo de crescimento de junho já mostra uma desaceleração em relação aos meses anteriores, o que poderia ser visto como um sinal de atenuação dos efeitos do El Niño.
O segmento residencial tem sido o destaque positivo até agora (+11,3% a/a no período), seguido pelo segmento comercial (crescimento de 8,8%).
O Safra acredita que este desempenho notável deve continuar a beneficiar as unidades de distribuição de forma semelhante à tendência observada no primeiro trimestre de 2024, mas provavelmente em um ritmo mais lento.
Temperaturas ainda elevadas também poderiam ter aumentado o consumo de água, o que deve beneficiar as empresas de Saneamento. Hidrologia, perspectivas de geração, preços à vista e GSF.
No segundo trimestre deste ano, a hidrologia atingiu 84% da média de longo prazo (ATL) do sistema, abaixo dos 88% observados no segundo trimestre do ano passado. No entanto, a Região Sul manteve valores fortes, o que ajudou a compensar parcialmente a menor produção.
Os preços médios no mercado chegaram a R$ 62,9 por MWh vs. R$ 69,0 por MWh no 2T23, uma queda de 8,9%.
No geral, a geração a partir de energias renováveis aumentou na comparação anual devido aos fortes recursos ao início do funcionamento de novos projetos (unidades de grande escala e DG).
Por outro lado, esperamos que a maior produção de geração renovável aumente os níveis de redução, causando algum impacto no segundo trimestre de 2024.
No trimestre, o déficit hídrico atingiu 0,99 (vs. 0,94 no 2T23), tendo assim impactos limitados sobre a geração.
Resumo dos resultados do setor de utilidades básicas
O Banco Safra espera bons resultados trimestrais para o Distribuidoras, ajudados por outro trimestre de bons volumes de vendas e ajustes/revisões tarifárias.
No caso das geradoras, o Safra espera resultados leves, com preços spot ainda baixos e um efeito de redução potencialmente maior que compensa o menor impacto do déficit hídrico e dos novos projetos que iniciaram suas operações.
Quanto à Transmissão, o Safra espera menores receitas regulatórias para o ciclo 2023-2024 devido a contratos indexados ao IGP-M (Categoria II), parcialmente compensado pelo início de novos projetos e contratos indexados à inflação do IPCA (IPCA de 4,23% no período).
No segmento de saneamento, temperaturas mais altas poderiam impulsionar o crescimento do volume de vendas no ano, que aliado a ajustes tarifários, deve impulsionar os resultados.