Emprego acima do esperado nos EUA pode reduzir ritmo de corte de juros
Segundo o Departamento de Trabalho, foram criadas 256 mil novas vagas em dezembro, bem acima do consenso de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, de 155 mil
10/01/2025
Após o Payroll, o mercado passou a precificar o próximo corte de juro apenas em julho, de 0,25 ponto percentual,| Foto: Getty Images
O relatório de empregos de dezembro nos Estados Unidos (payroll), mostrou um número de vagas bem maior que o esperado, reforçando a resiliência da economia americana, o que deve levar o Federal Reserve (Fed) a reduzir ainda mais o ritmo de cortes de juros este ano.
Segundo o Departamento de Trabalho, foram criadas 256 mil novas vagas em dezembro, bem acima do consenso de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, de 155 mil. Depois da divulgação, o mercado passou a precificar o próximo corte de juro apenas em julho, de 0,25 ponto percentual, segundo o CME Group.
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“O dado acima do projetado mostra novamente a resiliência do mercado de trabalho americano, e reforça a dificuldade do Fed em continuar com o ciclo de cortes de juros”, disse Paula Zogbi, gerente de pesquisa da Nomad.
Segundo ela, as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado. “Os ativos de risco e a bolsa são negativamente afetados por essa movimentação, em um cenário mais desafiador para o crescimento econômico”, disse.
Emprego nos EUA pressionam Treasuries
A taxa de desemprego ficou próxima da expectativa, em 4,1% (consenso: 4,2%) e com pouca alteração em relação à leitura anterior. Os números de outubro e novembro foram revisados para baixo. No total, 2,2 milhões folhas de pagamento foram adicionadas ao mercado americano em 2024.
Em resposta à divulgação, os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado. Os ativos de risco e a bolsa são negativamente afetados por essa movimentação, em um cenário mais desafiador para o crescimento econômico.
Com um Fomc que permanece na postura reativa em relação aos dados econômicos, o payroll reforça a necessidade de cautela em relação ao mercado de ações, evitando exposição a ativos muito sensíveis a juros ou teses ainda não comprovadas, embora a força do crescimento da economia americana possa reforçar as expectativas de crescimento de lucros das empresas melhor posicionadas.
A renda fixa americana tende a continuar apresentando retornos atraentes, mas a volatilidade tende a afetar também esses títulos no curto prazo pelas rápidas mudanças nas expectativas para as taxas de juros, disse Paula Zogbi. (Com Valor Econômico)