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Embraer projeta aumento de 100% da receita com serviços até 2030

Confira os destaques do Investor Day da Embraer (EMBR3) realizado em Nova York, e as principais tendências que devem impulsionar os resultados da companhia

Avião c-390 Millennium

Embraer destaca níveis crescentes de satisfação entre os operadores do C-390A, aeronave pode transportar até 26 toneladas a mais de carga útil que os concorrentes | Foto: Getty Images

A Embraer (EMBR3) apresentou as principais tendências que devem impulsionar os resultados da companhia daqui para frente.

A apresentação foi feita durante o Investor Day anual da Embraer em Nova York. O evento contou com a presença de executivos-chave da companhia, como: Francisco Gomes Neto (CEO), Antonio Carlos Garcia (CFO), Johann Bordais (CEO da Eve), Luis Carlos Affonso (VP Sênior de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico), Carlos Naufel (Presidente e CEO de Serviços & Suporte), Michael Amalfitano (Presidente e CEO da Embraer Executive Jets), Marcio Monteiro (CMO, Embraer Defesa & Segurança), Arjan Meijer (Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial), entre outros. Os principais destaques seguem abaixo.

Saiba mais

1. Potencial de crescimento em Serviços

A companhia vê um crescimento significativo à frente, projetando um aumento de 100% na receita do segmento até 2030, impulsionado por três áreas principais:

  • (i) serviços para a frota Embraer, que atualmente representa um mercado de US$ 5 bilhões. A Embraer espera que a receita desse segmento apresente CAGR de dígitos médios até 2030, sustentada por ganhos de participação e expansão da frota;
  • (ii) serviços para frotas não Embraer. Apesar de representar o maior mercado da Embraer, com US$ 50 bilhões, a companhia prevê CAGR modesto de dígitos baixos até 2030, principalmente relacionado à reparação de componentes; e
  • (iii) GTF (Geared Turbofan). Por meio da OGMA, a Embraer vê forte potencial na manutenção de motores GTF. Embora esse segmento deva gerar receita de apenas US$ 100 milhões em 2025, a companhia projeta que alcance US$ 500 milhões até 2028, seguido por crescimento de dois dígitos altos até 2030.

Além disso, ao ser questionada sobre a dinâmica de serviços do C-390, a gestão destacou que, assim como no segmento Comercial, o segmento de Defesa também deve gerar valor por meio de serviços ao longo do ciclo de vida da aeronave.

2. Segmento de Defesa & Segurança

A Embraer reafirmou sua visão otimista para o segmento de Defesa & Segurança, que deve continuar se beneficiando da crescente adoção do C-390 Millennium entre países membros da OTAN, bem como da forte posição de mercado do A-29 Super Tucano.

A companhia também destacou níveis crescentes de satisfação entre os atuais operadores do C-390 e expressou confiança de que esses clientes provavelmente farão pedidos adicionais em breve—tendência já demonstrada por Portugal.

3. Eve

A Embraer destacou o cronograma do projeto, com o primeiro voo de teste previsto para o final de 2025. Em seguida, será construída uma fábrica no Brasil para apoiar a campanha de certificação, levando ao início das entregas em 2027.

A Eve se diferencia por projetar sua aeronave visando a certificação desde o início, permitindo um processo de aprovação mais rápido e eficiente do que os concorrentes.

Essa estratégia aumentou a confiança do mercado, resultando em mais de 2.800 pré-encomendas no valor de US$ 14 bilhões. Embora a maioria não seja firme, a Eve converteu uma pré-encomenda de US$ 250 milhões da Revo em compromisso firme.

Por fim, os produtos da Eve Estratégia serão fabricados em Gavião Peixoto, com uma fábrica modular, inicialmente com capacidade de produção de 120 unidades por ano e potencial para aumentar para 580 unidades.

4. Segmento de Aviação Executiva

Durante o painel, os executivos destacaram um momento favorável em todos os perfis de consumidores:

  • (i) Propriedade fracionada. Esse segmento cresceu 20% desde 2019, enquanto as entregas da Embraer aumentaram 77% no mesmo período—um testemunho da forte aceitação das aeronaves entre operadores de propriedade fracionada.
  • (ii) Departamentos de voo corporativos. Esse segmento se destaca pelo alto nível de f idelidade à marca. Embora não tenha mostrado crescimento desde 2019—principalmente explicado por compras conservadoras—a Embraer fez progressos notáveis. Antes percebida como uma marca distante em terceiro lugar, a companhia melhorou significativamente sua notoriedade e agora é vista como uma das duas principais marcas do mercado.
  • (iii) Indivíduos de alta renda. Desde a pandemia, esse perfil de consumidor apresentou crescimento acelerado. Além disso, houve uma mudança perceptível nas preferências desses indivíduos, que agora valorizam mais privacidade, conforto e segurança—fatores que impulsionaram significativamente a demanda por jatos executivos.

5. Tarifas

A companhia não forneceu muitos detalhes sobre tarifas, mas a gestão expressou confiança de que o acordo comercial de tarifa zero de 1979 será eventualmente restabelecido para a indústria da aviação.

6. Desenvolvimento de novas aeronaves

A companhia deixou todas as opções na mesa, mencionando que avaliará todas as possibilidades de desenvolvimento de aeronaves (tanto maiores quanto menores) buscando a melhor oportunidade de mercado.

Dean Roberts, da RVA Market Intelligence, destacou uma lacuna no mercado para jatos grandes de menor porte e recomendou que a Embraer considere desenvolver uma nova aeronave nesse segmento, que normalmente oferece margens de lucro mais altas.

7. Nivelamento da produção

Essa iniciativa começou em 2023, e a companhia recentemente começou a ver seus benefícios. Esses ganhos devem acelerar em 2026, resultando em maior produtividade e eficiência à medida que as entregas se tornem mais estáveis ao longo do ano.

Análise do Safra sobre os planos da Embraer (EMBR3)

Os especialistas do Banco Safra avaliam que a perspectiva é construtiva para as perspectivas de crescimento da Embraer, sustentada por seu robusto backlog, pela aceleração de novos produtos e pelo potencial de crescimento da divisão de Serviços.

O Safra espera que os modelos E2 e C-390 continuem ganhando tração, como evidenciado pelos pedidos recentes para ambas as aeronaves. Por fim, o banco vê potencial promissor na operação da Eve, que deve ganhar impulso após seu primeiro voo no final do ano.

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