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Eletrobras mostra melhora operacional, mas ainda sofre pressão de custos

Na avaliação dos especialistas do Banco Safra, a Eletrobras segue ainda pressionada por custos acima do esperado, mas com avanços em vendas de energia e redução de provisões

Eletrobras

A Eletrobras conseguiu reduzir ainda mais o saldo de empréstimos compulsórios, vendeu uma quantidade razoável de energia e ampliou o programa de desligamento voluntário | Foto: Getty Images

A Eletrobras (ELET3) reportou resultados abaixo das estimativas, com EBITDA (excluindo equivalência patrimonial) de R$ 3,950 bilhões (vs. estimativa do Banco Safra de R$ 5,0 bilhões e R$ 6,0 bilhões do consenso), queda de 2,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, pressionado por uma revisão negativa no valor dos contratos do segmento de Transmissão, totalizando R$ 952 milhões, R$ 150 milhões referentes a custos com o programa de desligamento voluntário (PDV), entre outros itens não recorrentes.

O EBITDA regulatório ajustado foi de R$ 5,006 bilhões (+1,0% A/A), em linha com a estimativa do Banco Safra, mas 16% abaixo do consenso, que provavelmente esperava maiores ganhos no mercado spot.

A empresa reportou prejuízo líquido de R$ 354 milhões, abaixo da estimativa de lucro de R$ 645 milhões (incluindo amortização da CDE). Além disso, a companhia atualizou seu portfólio de energia para 2025–2028, o que implicou em vendas adicionais de energia (média de 502 MW, considerando o ponto médio do volume comercializado em cada ano) no primeiro trimestre de 2025.

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Detalhamento dos resultados da Eletrobras no primeiro trimestre de 2025

As receitas, excluindo linhas de construção, foram maiores que o estimado (+13% vs. Safra), com alta de 19% A/A, impulsionadas por:

  • (i) crescimento de 1% A/A nos volumes vendidos no segmento de geração (GenCo);
  • (ii) aumento de 10% nos preços médios de venda;
  • (iii) vendas acima do esperado no mercado spot (+11% vs. Safra, apesar da queda de 13% A/A); parcialmente compensados por
  • (iv) impacto da revisão tarifária no segmento de transmissão.

Os custos e despesas totais, excluindo construção e depreciação/amortização, subiram 42% A/A e ficaram 38% acima das estimativas do Safra, devido aos impactos adicionais do PDV (R$150 milhões), maiores despesas jurídicas e à revisão negativa de R$ 952 milhões nos contratos de transmissão.

As despesas operacionais ajustadas (PMS), excluindo o PDV e custos jurídicos não recorrentes, totalizaram R$ 1,5 bilhão (estável A/A, mas ainda 7% acima da nossa estimativa).

O prejuízo líquido foi explicado não apenas pela pressão de custos mencionada, mas também por uma equivalência patrimonial 50% abaixo da estimativa do Safra e maiores despesas financeiras (alterações contábeis, amortização da CDE e ajustes monetários).

A alavancagem permaneceu praticamente estável em 1,5x dívida líquida/EBITDA. Por fim, a empresa reduziu o saldo de empréstimos compulsórios para R$ 13,1 bilhões, ante R$ 13,6 bilhões.

Na avaliação dos especialistas do Banco Safra, a Eletrobras segue ainda pressionada por custos acima do esperado, mas com avanços em vendas de energia e redução de provisões.

Foi mais um trimestre desafiador para a Eletrobras, que novamente enfrentou pressão nos custos. Por outro lado, a empresa conseguiu reduzir ainda mais o saldo de empréstimos compulsórios, vendeu uma quantidade razoável de energia e ampliou o programa de desligamento voluntário.

O Safra avalia que a Eletrobras continuará focada na redução de custos e ganhos de eficiência, e espera mais detalhes sobre as tendências de preços no mercado de energia. O Banco acredita que o mercado esperava maiores ganhos no mercado spot no primeiro trimestre de 2025, dado o aumento dos preços na Região Sudeste.

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