Dexco tem recomendação de compra com preço-alvo reduzido
Projeções revisadas do Safra indicam um leve potencial de alta para as ações da Dexco em relação às estimativas de consenso para 2026
13/06/2025
As ações da Dexco caíram cerca de 30% após decepções nos resultados de Deca e Revestimentos, além da deterioração do cenário macroeconômico | Foto: Getty Images
O Banco Safra reduziu o preço-alvo para a a ação da Dexto (DXCO3), a antiga Duratex. O preço-alvo do papel para o final de 2025 foi reduzido de R$ 10,50 para R$7,50, mas o Safra manteve a recomendação de Compra devido a uma mudança macroeconômica, menor risco de queda nos resultados e à opcionalidade de uma desalavancagem mais rápida.
As ações da Dexco caíram cerca de 30% desde a última atualização, e o consenso de EBITDA para 2025–26 foi reduzido em aproximadamente 15% após decepções nos resultados de Deca e Revestimentos, além da deterioração do cenário macroeconômico.
Ainda assim, as projeções revisadas do Safra indicam um leve potencial de alta em relação às estimativas de consenso para 2026, o que leva os analistas a crer que os ventos contrários aos preços das ações devido a lucros mais fracos estão exagerados.
Além dos resultados, o Fluxo de Caixa Livre (FCF) negativo e a alavancagem acima de 3x são os principais pontos de preocupação levantados por investidores.
O aumento das expectativas de cortes na taxa de juros no Brasil traz otimismo quanto à capacidade da Dexco de lidar com essas questões, mas o Safra destaca a necessidade de monetizar ativos não core, como feito no passado, para que os investidores precifiquem o crescimento futuro dos lucros no valor das ações da empresa.
A monetização de ativos não core pode transformar a tese de investimento. O Safra não projeta em seu modelo geração de FCF positivo pela Dexco até 2027, mas estima uma queda modesta na alavancagem (dívida líquida/EBITDA) para cerca de 3,2x até o final de 2026 (vs. 3,45x no 1T25).
Safra avalia potencial da Dexco com desalavancagem
O Safra acredita que a empresa pode se desfazer de ativos não core para impulsionar o FCF e acelerar a desalavancagem, como fez no passado com as operações de chuveiros elétricos e torneiras em 2024, e com ativos de terras/florestas (uma SPE de R$200 milhões com um fundo TIMO em 2024 e uma venda de R$1,1 bilhão para a Suzano em 2018).
Vendas de ativos sem comprometer significativamente os resultados operacionais seriam bem recebidas pelos investidores, já que antecipariam a geração de FCF positivo.
Na análise de sensibilidade, o Safra verificou que o múltiplo EV/EBITDA também é altamente sensível a vendas de ativos, já que cada entrada de caixa líquida de impostos de R$500 milhões reduziria a dívida líquida em 9% e a alavancagem em cerca de 0,3x.