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CDI e inflação ganham destaque com a Selic a 10,5% ao ano

Conforme o Banco Central, política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas sobre metas

Única recomendação que segue da última semana para esta é a operação estruturada envolvendo os ativos do BTG Pactual | Foto: Getty Images

O Comitê de Política Monetária (Copom) comunicou em 19 de junho a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano. A decisão unânime dos nove membros do comitê está em linha com a projeção do Banco Safra. Na reunião realizada em maio, a taxa básica de juros do país havia sido reduzida em 0,25 ponto percentual.

Conforme comunicado (íntegra aqui), o Copom decidiu “por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.

Além disso, o texto ressalta que “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas“.

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Incertezas e inflação

O Copom decidiu pela manutenção devido à “incerteza elevada e persistente sobre a flexibilização da política monetária nos Estados Unidos e quanto à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países”. Nesse sentido, o comitê avalia que o cenário exige mais cautela de países emergentes.

Adicionalmente, o Copom afirmou que “monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros” e que “uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”.

Austeridade indica olhar para índices importantes

O programa Safra Insights repercutiu a decisão com a participação de Matheus Rosignoli, economista da instituição, e Flavia Gaspar, especialista em investimentos do banco.

Rosignoli antecipou que havia uma dúvida crescente sobre um novo corte de 0,25 ponto percentual ou a manutenção da taxa, ressaltada pela piora na expectativa de inflação do mercado – anteriormente em 3% e aumentando gradualmente até próximo de 4%. Na decisão do mês anterior, em maio, houve um corte de 0,25 ponto percentual, mas um dissenso maior entre os diretores indicava dúvidas sobre as decisões seguintes.

“A postura mais austera é para tentar fazer com que a inflação convirja para a meta”, comentou o especialista durante o programa. Índices no Brasil, como o mercado de trabalho mais apertado, a piora no cenário fiscal e o câmbio bastante volátil influenciaram a decisão do Comitê. Adicionalmente, dados do exterior, como o CPI (inflação) de maio dos EUA e as flutuações do dólar embasaram a mudança de comportamento do Comitê.

Três pessoas sentadas em cadeiras em estúdio com logo atrás em duas TVs com os escritos "Safra Insights - Copom" debatendo sobre a decisão de juros do Copom
Safra Insights repercute manutenção, Stop&Go e efeitos sobre investimentos no Brasil | Foto: Reprodução/YouTube

A equipe de macroeconomia do Safra acompanhou o desenrolar econômico e atualizou a projeção da Selic no último mês. Para a reunião do Copom deste mês a expectativa era de manutenção da taxa em 10,5% ao ano e a expectativa é que os cortes sejam retomados apenas em 2025, com a Selic finalizando este ano na taxa atual, de 10,25%. A próxima reunião do Copom será nos dias 30 e 31 de julho.

O cenário, portanto, caracteriza um Stop&Go, conforme explica o economista. “O Stop está dado, é a parada por um tempo nos cortes. Quando vai ser o Go? Isso é provavelmente no ano que vem, quando o Copom começar a olhar um horizonte mais longo”. Para Rosignoli, o Stop dá a possibilidade do comitê acompanhar índices importantes antes da retomada dos cortes.

Renda fixa atrelada a índices é destaque para investir

Os indicadores que impactam as decisões do Copom sobre a Selic também trazem efeitos nos mercados, segundo Flavia Gaspar. Com isso, o olhar para determinados índices ganha força e pode trazer rentabilidade e mais previsibilidade aos investimentos.

Investimentos atrelados ao CDI são boas opções com a projeção de uma taxa de juros encerrando o ano na casa de dois dígitos.

Capital Market Infra Profit II é um dos poucos fundos de debêntures incentivadas ainda abertos para captação. O Safra Portfólio Incentivado CDI, por sua vez, é uma opção em crédito privado com entrada acessível para clientes a partir de R$ 1 mil. “Além do cenário favorável, estes dois produtos têm isenção de Imposto de Renda (IR) para Pessoa Física”, complementa a especialista em investimentos.

Ancorados na piora fiscal, investimentos ligados à inflação mostram um panorama interessante. Gaspar aponta que “estamos observando taxas como não observávamos há muito tempo. O investidor encontra Tesouro Direto pagando inflação mais 5,5%, 6% ao ano”.

Com foco neste índice, o Safra LF IPCA+ tem opções com ou sem pagamento de cupom mensal, que possibilita ganho de renda extra. Em comparação ao Tesouro Direto, esta opção não tem taxa de custódia da B3 e estipula uma renda além do IPCA+.

Renda variável ganha força com papéis no exterior

O cenário para renda variável ainda é interessante no longo prazo, já que no cenário de Stop&Go haverá uma retomada no corte de juros, fortalecendo o rendimento de papéis desta classe. Hoje, no cenário de parada nos cortes, as principais oportunidades estão em ações fora do Brasil.

“O setor de tecnologia, principalmente com aquelas empresas envolvidas no ecossistema de inteligência artificial, são opções interessantes”, aponta Gaspar. Com isso, opções de investimentos vinculados a gigantes do setor tornam-se opções promissoras, apesar da volatilidade característica deste segmento de tecnologia.

Uma dessas empresas é a NVIDIA, que surpreendeu todo o mundo com seu crescimento e valorização recentes, já passando a figurar entre as principais Big Techs atualmente. O Minimax NVIDIA é um Certificado de Operações Especiais (COE) desenhado em uma estrutura que traz o potencial de rentabilidade que a empresa oferece e, paralelamente, a proteção do capital investido.

Estratégia de longo prazo deve prevalecer

Por fim, Gaspar ressalta a importância de manter as estratégias desenhadas para o perfil de investidor e a visão de longo prazo nas carteiras de investimentos. “(Com este novo cenário) o investidor acaba tomando decisões erradas no momento errado. Não deixe momento de volatilidade de curto prazo interferir em seus objetivos de longo prazo”.

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