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Consumo não essencial continua forte com emprego e salários em alta

Relatório do Banco Safra destaca bom momento para empresas de vestuário, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, hotéis, restaurantes, e equipamentos de lazer

Consumo não essencial

Apesar da confiança a curto prazo no consumo discricionário global, o banco continua cauteloso quanto às expectativas de médio prazo devido ao aumento das taxas de juros | Foto: Getty Images

O Banco Safra divulgou relatório com novos preços-alvo para 2025 e novas estimativas para o setor de produtos e serviços não-essenciais (consumo discricionário), considerado mais sensível ao ciclo de alta dos juros. O setor inclui produtos de vestuário, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, hotéis, restaurantes, e equipamentos de lazer, entre outros.

O Safra incorporar os resultados recentes das empresas e novas premissas macroeconômicas, como o início do ciclo de elevação da taxa básica de juros (Taxa Selic). Para o resto do ano, o Safra espera que o consumo permaneça forte, devido ao baixo nível de desemprego (6,6% em agosto, o menor nível para o mês desde 2012), juntamente com o crescimento dos salários reais.

Apesar da confiança a curto prazo no consumo discricionário global, o banco continua cauteloso quanto às expectativas de médio prazo devido ao aumento das taxas de juros, levando o banco a preferir nomes que tenham melhores condições em termos de crescimento e um balanço com redução de dívidas (desalavancagem).

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C&A é principal escolha no setor

A principal escolha do Safra no setor é a varejista C&A (CEAB), que continua a negociar em múltiplos baixos, deve continuar apresentando resultados positivos em sua divisão de serviços financeiros (grande redução de risco para a tese), e tem apresentado um crescimento consistente de vendas e EBITDA da sua divisão de varejo, além de uma trajetória de desalavancagem adicional do seu balanço. O preço-alvo para compra da ação subiu de R$ 13,5 para R$ 15,3 por ação.

Lojas Renner

O Safra destaca que continua gostando de:

  • (i) Lojas Renner, LREN (Compra, Preço alvo R$24,5/ação antes em R$21,9/ação), pois o segundo trimestre de 2024 representou um ponto de inflexão para a empresa, com tendência positiva na margem, apesar do desempenho fraco das vendas. O banco também espera que o novo centro de distribuição comece a dar frutos e alavancar o resultado da empresa e, finalmente, o resultado mais saudável da Realize deve impulsionar o crescimento dos empréstimos, o que deve apoiar as tendências de vendas positivas; e
  • (ii) AZZA (Compra, Preço Alvo R$ 60,0/ação antes em R$ 75,3/ação), criada a partir da fusão entre Arezzo e Grupo Soma. A margem de EBITDA da AZZA deve permanecer pressionada no curto prazo devido aos custos de integração, embora acreditamos que a empresa continue tendo marcas de qualidade, com oportunidades de crescimento e margem.

O Safra está rebaixando Grupo SBF para Neutro (Preço Alvo R$ 17,5/ação antes em R$ 18,5/ação), mantendo as recomendações anteriores em Alpargatas (Neutro, Preço Alvo R$ 7,6/ação antes em R$ 11,3/ação/ação), Guararapes (Neutro, Preço Alvo R$ 9,0/ação antes em R$ 8,1/ação/ação), Vivara (Neutro, Preço alvo R$ 31,6/ação antes em R$ 25,2/ação), Smart Fit (Compra, Preço Alvo R$28,1/ação antes em R$28,0/ação) e Natura&Co (Neutro, Preço Alvo R$17,6/ação antes em R$17,0/ação).

Após o sólido desempenho acumulado da SBF (+26%), o Safra está adotando uma abordagem mais cautelosa para a tese, mudando a recomendação para Neutro. O banco acredita que a empresa foi capaz de entregar seu plano inicial de redução de estoque, aumento da margem na Fisia e racionalização das despesas gerais, administrativas e com vendas.

Para os próximos trimestres, o Safra espera um desempenho de receita suave, com a empresa lançando seu plano de expansão da loja apenas até 2026.

O banco reconhece que o nome continua a ser negociado em múltiplos baixos de 8x 2025 P/L, mas acredita que uma reavaliação da ação deve se materializar somente quando houver oportunidades de crescimento mais claras.

Resultados do terceiro trimestre de 2024

O Safra espera resultados positivos da maioria das empresas sob sua cobertura, com a C&A se destacando pelo sólido crescimento de receita, apesar de uma base comparável mais difícil, e pelo menos um crescimento de dois dígitos para o LREN, GUAR e AZZA devido a uma combinação de uma base suave do terceiro trimestre e das tendências atuais de consumo
melhoradas.

Vivara deverá apresentar um conjunto de resultados sólidos, já que as vendas deverão acelerar e os detratores da margem primeiro semestre de 2024 serão mitigados.

Desempenho mais fraco

O resultado da Alpargatas deve permanecer pressionado devido às suas operações internacionais. O Safra destaca os seguintes riscos:

  • (i) Impacto no consumo discricionário do aumento das taxas de juros;
  • (ii) política de empréstimos e qualidade da carteira;
  • (ii) sazonalidade e aderência ao recebimento; e
  • (iii) execução e integração de fusões e aquisições.

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