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Construtoras crescem em todas as faixas de renda e devem trazer resultados sólidos

Segundo a análise do Banco Safra, programa habitacional federal impulsiona construtoras de baixa renda, enquanto segmento de média e alta renda cresce apesar dos juros

Silhueta de operário em construção

Apesar do aperto dos juros, vendas no segmento de média e alta renda seguem crescendo, ainda que em ritmo mais lento do que o de imóveis populares | Foto: Getty Images

Os resultados das construtoras no primeiro trimestre de 2025 devem mostrar que a construção iniciou o ano com solidez. Segundo análise do Banco Safra, as construtoras voltadas para baixa renda devem continuar em destaque, sustentadas por mais um trimestre de resultados robustos.

As condições favoráveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) continuam impulsionando lançamentos e vendas mais fortes, o que, aliado à estabilidade nos custos de construção, deve favorecer a expansão dos lucros para as cinco empresas listadas.

Enquanto isso, apesar do cenário macroeconômico mais desafiador, as vendas no segmento de média/alta renda seguem crescendo (ainda que em ritmo mais lento), sustentando os resultados financeiros e impulsionando o crescimento do lucro líquido e do ROE para a maioria das empresas sob nossa cobertura.

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Construtoras de baixa renda continuam surfando a onda do Minha Casa Minha Vida

O relatório do banco Safra destaca que o excelente ambiente para habitação popular continua gerando números operacionais inspiradores para as cinco empresas listadas (lançamentos e vendas líquidas cresceram 65% a/a e 18% a/a, respectivamente), impulsionando suas receitas.

Isso, combinado com custos de construção estáveis que garantem margens brutas mais elevadas (~+210bps a/a em média), deve levar a uma expansão média de 43% no lucro líquido e de 9 p.p. no ROE.

Os analistas do Banco Safra esperam que a Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) continuem em destaque, com as maiores margens brutas do setor, garantindo forte crescimento de lucros e níveis elevados de ROE (66% para CURY e 30% para DIRR).

Devido a bases de comparação mais fáceis, a Plano & Plano (PLPL3) também deve registrar uma inspiradora expansão de 56% no lucro líquido, compensando o maior consumo de caixa no trimestre (já divulgado).

A Tenda (TEND3) deve manter sua trajetória de recuperação, à medida que os lançamentos mais recentes, com margens maiores, ganham participação na composição da receita,
resultando em um aumento médio de +6,2 p.p. a/a na margem bruta e um ROE melhorado de 20% (+10,5 p.p. a/a).

Por outro lado, a MRV (MRVE3) ainda deve apresentar resultados fracos no 1T, já que o aumento de 1,6 p.p. a/a na margem bruta continua sendo ofuscado pela maior
alavancagem da companhia e pelo desempenho mais fraco da Resia.

Relatório do Safra destaca ‘resultados decentes no segmento de média/alta renda, apesar dos ventos contrários macroeconômicos.

Mesmo com o ambiente macro tendo se deteriorado substancialmente (as taxas de financiamento imobiliário já subiram significativamente no primeiro trimestre), o segmento continua apresentando números operacionais resilientes, com os atuais níveis mais baixos de estoque mantendo o apetite das empresas por novos lançamentos.

Os lançamentos e as vendas líquidas no universo sob cobertura do Banco Safra cresceram 62% na comparação com o trimestre anterior e 10% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, respectivamente.

Como resultado, segundo o Safra as receitas devem acompanhar esse movimento, o que, combinado com margens brutas saudáveis, deve levar a um crescimento
médio de 12% na comparação anual no lucro líquido.

Na avaliação dos especialistas do Safra, a Moura Dubeux (MDNE3) deve se destacar com o maior crescimento de lucros e ROE (+51% a/a e +4 p.p. a/a). Enquanto isso, Cyrela (CYRE3) e Lavvi (LAVV3) devem perder parte do brilho do 4T (~27% de ROE médio no 4T), mas ainda devem apresentar resultados sólidos no primeiro trimestre, com ROE médio de ~16% (15% para CYRE e 18% para LAVV).

Por outro lado, os resultados operacionais mais fracos devem levar os níveis de ROE da Eztec (EZTC3) e da Even (EVEN3) a um tímido 7% (-1,6 p.p. a/a).

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