Direcional e Cury são principais escolhas no setor da construção
Banco Safra reitera a visão positiva para o segmento de construção de imóveis voltados para a baixa renda, com Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3) como principais escolhas
27/08/2025
A inflação da construção em agosto trouxe algum alívio em relação aos níveis mais preocupantes de julho, com desaceleração tanto de materiais quanto de mão de obra | Foto: Getty Images
A inflação da construção arrefeceu em agosto, informa análise setorial dos especialistas do Banco Safra. A leitura de agosto da FGV-Ibre (link) mostrou alguma moderação, com menores pressões de materiais e de mão de obra sobre o índice. Como resultado, o INCC-M registrou alta mais modesta de 0,70% na comparação com o mês anterior, mantendo praticamente estável o acumulado em 12 meses em 7,49%.
A inflação de materiais e equipamentos foi a que mais desacelerou. Respondendo por ~55% do índice, esses componentes avançaram 0,56% em agosto em comparação ao mês anterior (vs. +0,84% m/m em julho), levando a inflação em 12 meses para 5,39%.
A desaceleração mensal foi em grande parte explicada por menores custos de materiais de instalação (~10% do índice), que cresceram 2,46% em agosto (vs. 3,81% em julho).
Por outro lado, o custo da mão de obra — que responde por ~40% do INCC e é o principal driver do dado em 12 meses — registrou ainda uma alta de 0,85% em agosto (vs. 0,99% em junho), elevando a inflação de mão de obra em 12 meses para 10,43%.
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Principais variações de preços no setor de construção
Entre os destaques positivos de agosto, os maiores aumentos vieram de eletrodutos de PVC (+8,81%), tubos e conexões de PVC (+8,02%) e mestre de obras (+1,38%). No sentido oposto, vergalhões e fios de aço carbono (-1,89%), louças sanitárias (-0,99%) e sistema de tratamento de esgoto (-0,87%) tiveram as maiores quedas de preço.
Porto Alegre e Rio de Janeiro seguem com as maiores inflações mensais.
Porto Alegre liderou com inflação da construção de 2,05% m/m (vs. 1,1% em julho), levando o acumulado em 12 meses a 7,29%. O Rio de Janeiro veio na sequência, com +0,67% m/m em agosto (vs. 1,69% em julho), resultando em 6,77% em 12 meses.
Nas outras cinco capitais da amostra, a inflação da construção subiu, em média, 0,38% m/m e ficou abaixo da média nacional em todas, com Brasília e Salvador registrando as menores leituras em 12 meses, de 5,88% e 5,92%, respectivamente.
Já São Paulo manteve a maior inflação anual, com 8,71% em 12 meses (+16 pb m/m).
Visão Safra
A inflação da construção em agosto trouxe algum alívio em relação aos níveis mais preocupantes de julho, com desaceleração tanto de materiais quanto de mão de obra. Ainda assim, o dado anualizado de agosto segue acima do nível em 12 meses, refletindo sobretudo maior pressão em materiais de instalação, que em parte reverteram a tendência desinflacionária dos custos de materiais observada no primeiro semestre de 2025.
Mesmo assim, o dado anualizado no ano aponta para inflação do INCC de ~7,7%, consistente com os 7,5% em 12 meses e com as premissas conservadoras embutidas nos budgets atuais das construtoras (~7%–10%).
O Banco Safra reitera a visão positiva para o segmento de construção de imóveis voltados para a baixa renda, com Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3) como principais escolhas, e Tenda (TEND3) como a principal aposta de beta do setor.