As ações com maior potencial no comércio eletrônico
Prévia de resultados do setor de e-commerce no terceiro trimestre destaca ações do Mercado Livre; Casas Bahia enfrenta condições desfavoráveis
17/10/2024
Para o Banco Safra, o Mercado Livre continua a entregar um desempenho excepcional, combinando rápido crescimento e geração de caixa | Foto: Getty Images
O Banco Safra destaca a ação do mercado livre (MELI) como destaque positivo na área de cobertura do setor de comércio eletrônico, com forte crescimento de receita e ganhos de lucratividade na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024.
Por outro lado, o Grupo Casas Bahia deverá continuar a ser afetado negativamente, embora em menor grau do que no segundo trimestre, pelo seu plano de recuperação e pelas condições macro difíceis.
Por fim, a Magazine Luiza (MGLU) deve apresentar um desempenho de receita quase estável (também afetado negativamente pelas condições macro difíceis), mas o crescimento do EBITDA (+45% em termos homólogos), impulsionado por uma margem bruta mais elevada e um resultado positivo (R$ 38 milhões vs. -R$ 143 milhões no 3T23), positivamente afetada pela menor despesa financeira relacionada ao pagamento antecipado de contas a receber.
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Mercado Livre (MELI): Superando o desempenho do setor, novamente.
O Safra espera outro trimestre de melhor desempenho para o Mercado Livre. As receitas líquidas devem chegar a US$ 5,4 bilhões, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano, apoiadas por um crescimento de 40% no e-commerce e 38% na fintech. Em termos de receita operacional, esperamos uma diminuição da margem no ano (-302bps) devido a:
- (i) aumento das despesas para apoiar o crescimento da empresa, juntamente com
- (ii) um novo nível de margem bruta após ajustes relacionados aos termos e política com os vendedores.
O EBIT deve ficar em US$913 milhões, acima de 16% a/a. Além disso, a menor alavancagem (dívida líquida para EBITDA de 0,7x de 1x no 3T23), combinada com a melhoria operacional, deve resultar em um crescimento de 58% no resultado final, que é esperado para chegar a US$568 milhões.
Magalu (MGLU3): Melhoria contínua.
A MGLU deverá registar 8,8 mil milhões de reais em vendas, atribuíveis:
- (i) aumento de 3% (+8% a/a) devido à expansão da GMV e ao crescimento das taxas de aquisição; e
- (ii) expansão da B&M (+7% a/a).
Por outro lado, o mercado de eletrônicos e eletrodomésticos permanece difícil, mantendo 1P como um retardador, com crescimento anual estável. Este resultado positivo do 3P apoia a expansão esperada da margem bruta (+110bps a/a) e, combinado com mais eficiência nos gastos de administração, deve levar a uma melhoria da margem de EBITDA de 233bps a/a para 8%. O EBITDA deve somar R$ 705 milhões, com aumento de 45% no ano. Esperamos um lucro líquido de R$38 milhões no 3T24, proveniente de uma perda de R$143 milhões no 3T23, devido à melhoria do desempenho operacional e a menores despesas financeiras, principalmente relacionadas ao pagamento antecipado de contas a receber.
Casas Bahia (BHIA3): Plano de reestruturação que tem impacto no desempenho operacional, mas em menor grau.
De acordo com o plano de recuperação, o Safra espera que a receita líquida seja inferior em 5% no ano:
- (i) uma queda de -19% no primeiro trimestre devido a ajustes de sortimento e menor oferta de crédito;
- (ii) +2% no ano na B&M, ainda afetado negativamente pela oferta de crédito mais baixa; e
- (iii) 3P +10% a/a apoiado na maior variedade e vendedores vs. 3T23.
No entanto, o aumento da margem bruta, impulsionado por uma combinação de maior penetração dos serviços nas vendas e melhor mix de vendas, deve mais do que compensar a desaceleração do volume de negócios, levando a um aumento da margem EBITDA de 44 pb t/t para 7,4%, como o 3T23 foi negativamente impactado pelos primeiros ajustes no âmbito do plano de turnaround. Além disso, esperamos uma prejuízo líquido de R$348 milhões vs. -R$837 milhões no 3T23 devido à redução das despesas financeiras e ao melhor desempenho operacional.