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Mudanças na economia da China abrem oportunidades para o Brasil

Especialistas debatem o crescimento da economia chinesa em meio à crise imobiliária e as oportunidades para as empresas brasileiras

debate sobre china

Joaquim levy mediou debate entre o ex-embaixador do Brasil na China Marcos Caramuru e o proferror Oliver Stuenkel | Foto: Divulgação

A economia da China tende a crescer em torno de 4% ao ano, em ritmo menor do que no passado, mas as empresas exportadoras brasileiras podem continuar aproveitando oportunidades na região, segundo os especialistas que participaram do debate ‘O que esperar da China’, na J.Safra Investment Conference.

O debate foi mediado pelo ex-ministro Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, e reuniu o ex-embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, e Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV.

Para Marcos Caramuru, a China vem apostando em investimentos em tecnologia como forma de melhorar a produtividade da economia, e mais recentemente o país aposta no aumento do consumo para garantir seu crescimento.

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“Hoje existe um sentimento de que o crescimento acelerado da economia da China não vai voltar”, comentou o professor Stuenkel. “O auge do crescimento de 7 a 10% ao ano já foi atingido no passado, e para o futuro a tendência é de uma evolução mais moderada, de 3% ou 4% ao ano”, disse.

O professor considera que as universidades brasileiras deveriam investir mais na formação de especialistas em China, tendo em vista o fato de que o país é cada vez mais importante para as empresas brasileiras.

Em relação à guerra comercial desencadeada pela política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o professor da FGV acredita que o Brasil pode vir a ser beneficiado por eventuais rupturas nas relações comerciais de outros países.

China não se recuperou da crise imobiliária

Marcos Caramuru destacou que a China ainda não se recuperou da crise imobiliária, que o governo tenta resolver de forma heterodoxa com subsídios do setor financeiro. “A China precisa de solução mais clara no setor imobiliário, e este é um problema que tende a persistir”, afirmou.

Sobre os BRICs, agrupamento formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul (além da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã), Marcos Caramuru afirma que a sigla tem potencial, mas enfrenta dificuldades para se tornar um bloco econômico unificado. A entrada de novos membros dificulta a tomada de decisões e enfraquece a aproximação entre os países, segundo ele.

O professor da Oliver Stuenkel considera que o fato de que mais de 30 países querem se integrar ao bloco mostra que existe a possibilidade de estabelecer uma nova ordem de funcionamento das relações multilaterais.

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