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Carteira de Renda Fixa Incentivada tem projeção de retorno de 119% do CDI

Carteira de Renda Fixa Incentivada oferece a vantagem de rendimentos isentos de Imposto de Renda e retorno acima da inflação com títulos diversificados e seguros

Investimentos em agosto

O Safra mantém a preferência pela classe de investimentos de juros reais (IPCA+), que continua mostrando taxas atrativas e que raramente foram vistas nos últimos 10 anos | Foto: Getty Images

O Banco Safra anunciou mudanças na carteira top picks de Renda Fixa Incentivada para o mês de janeiro de 2025. Entraram na carteira os títulos de Ecorodovias (2031), MRS (2036) e CEEE-D (2036). Foram excluídos os papéis da Eletrobras Chesf (2031), Vale do Tijuco (2034) e Equatorial Goiás (2036).

O Banco Safra estima um rendimento anual projetado de 101% do CDI (cotação 02/01/25) e uma duration de 6,6 anos. Considerando a isenção de IR, o retorno médio estimado fica em 119% do CDI.

A carteira de Renda Fixa Incentivada oferece as seguintes vantagens:

  • Rendimentos isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas;
  • Retorno real médio (acima da inflação) de 7,8%;
  • Diversificação setorial, com players relevantes em seus respectivos setores;
  • Títulos com liquidez.

Saiba mais


A exposição setorial da carteira de Renda Fixa Incentivada se concentra em distribuição de energia, óleo & gás, proteína animal, rodovias e transporte ferroviário.

Cenário para investimentos em renda fixa

O cenário de risco no Brasil é amplificado pela desancoragem das expectativas em relação à política fiscal, refletindo o pessimismo do mercado com a trajetória da dívida pública.

O Banco Central tem sinalizado uma política monetária mais restritiva no curto prazo, evidenciada pelo guidance mais recente, em resposta às pressões fiscais e à volatilidade macroeconômica.

Esse ambiente impactou diretamente o mercado de câmbio: o Real registrou forte desvalorização se comparado às principais moedas globais, enquanto o risco-país, medido pelo CDS, atingiu 200 bps, tornando-se destaque negativo entre emergentes.

Além disso, o juro real embutido nas NTN-Bs apresentou forte volatilidade, com taxas de até 8% para durations mais curtas, e a inflação implícita permanece elevada, ultrapassando 7% nos vértices curtos da curva de juros.

Esse movimento reflete a combinação de elevados custos de rolagem da dívida pública, incertezas quanto ao cumprimento das metas fiscais e a ausência de superávits primários robustos.

Mesmo com o pacote fiscal anunciado para 2025, que visa zerar o déficit primário, o esforço fiscal necessário para estabilizar a dívida pública seria um superávit próximo a 2% do PIB, algo desafiador.

O mercado segue cético sobre a capacidade do governo de entregar um ajuste fiscal estrutural, o que mantém elevada a percepção de risco e contribui para a pressão nos prêmios de risco dos títulos públicos e privados.

No mercado de crédito privado, apesar do juro nominal elevado, spreads continuam pressionados, reflexo da forte demanda verificada em 2024.

Reforçamos a estratégia por títulos de emissores com bom perfil de crédito, devido ao risco-retorno mais favorável e nossa preferência por companhias com boa gestão de liquidez, dado o cenário de juro alto e o efeito sobre fluxo de caixa livre.

Além do juro nominal, a volatilidade nos vértices da curva de juros futuros e a desvalorização cambial tornam o ambiente mais desafiador para a emissão e a captação de recursos em 2025.

Diante dos fatores citados acima, títulos de renda fixa marcados a mercados sofreram impactos no retorno.

A carteira de títulos públicos IPCA da Anbima (IMA-B) registrou desvalorização de quase 2,5% nos últimos 12 meses, impactada pelo desempenho dos títulos de duration mais longa.

No mesmo período, o IDA – IPCA (carteiras de debêntures indexadas ao IPCA) ficou positivo em 2,89%, enquanto o IDA-DI, menos volátil à marcação a mercado, ficou em +12,49%. O CDI registrou alta acumulada de 10,83%.

Composição da Carteira Renda Fixa Incentivada para janeiro de 2025:

Ecorodovias

A Ecorodovias foi constituída em 2000, atuando na gestão e operação de 11 concessões rodoviárias e 1 ativo portuário (Ecoporto). Ao todo, são aproximadamente 4,7 mil km de rodovias, presentes em 8 estados do país. As concessões rodoviárias e portuárias que compõem o portfólio da Ecorodovias são administradas por 11 subsidiárias, tendo um vencimento médio do portfólio de cerca de 20 anos. Dentre as principais operações vale destacar a Ecovias do Imigrantes, Ecoponte, EcoRioMinas e Ecovias do Araguaia. A concessão do Ecoporto deve ser encerrada em 2024, com a companhia passando a focar em ativos rodoviários. Nos últimos anos, a companhia venceu os leilões da Ecovias do Araguaia, Lote Noroeste (SP), Concessão Rio-Valadares (RJ/MG) e Nova Raposo, que somadas preveem um Capex estimado de R$37 bilhões ao longo das concessões que vencem entre 2052 e 2056.

Composição acionária: A Ecorodovias é controlada pelo Gruppo Astm (51,9% das ações), 2° maior
operador de concessões rodoviárias do mundo, com operações na Italia, Brasil e Reino Unido. O restante das ações (48,1%) está distribuído em free float na B3.

PRIO

A PRIO (ex-Petro Rio) é dedicada à exploração e produção de petróleo e gás natural a partir de campos onshore e offshore. Entre as petroleiras nacionais (ex-Petrobras), a PRIO ocupa a primeira posição em volume de produção, extraída a partir de seus 3 clusters de atuação (ver detalhes ao lado), totalizando 6 campos localizados na Bacia de Campos (RJ). A PRIO têm seu modelo de negócios consolidado na operação e desenvolvimento de campos maduros, isto é, que já ultrapassaram seu pico de produção de petróleo e gás. Suas atividades abrangem 6 campos offshore. Tais campos são provenientes de processos de desinvestimentos de companhias como Petrobras, British Petroleum, Chevron e Dommo. Após o processo de compra, a PRIO implementa uma série de investimentos direcionados a recuperação de petróleo (“EOR”), que abrange desde a perfuração de novos poços, substituição e modernização de equipamentos e investimentos em estudos geológicos. Ao final, a companhia têm como objetivo ampliar a vida útil dos campos de exploração e capturar sinergias entre ativos próximos, reduzindo os custos de extração por barril (lifting cost).

Composição acionária: As ações da companhia estão distribuídas entre o grupo Aventti Strategic Partners (14,9%), Truxt Investimentos (7,5%) e free float (77,6%).

Marfrig

A Marfrig está entre as maiores companhias do mundo em produção de proteína animal. Sua atuação se dá através dos canais de foodservice, varejo e conveniência. A empresa tem como principal insumo a carne proveniente do abate de bovinos e cordeiros. Além disso investe em outros segmentos como a proteína plant based. Sua operação é segmentada em (i) América do Sul, (ii) América do Norte e (iii) BRF, com a primeira tendo 11 unidades de abate, desossa e industrializados. Na América do Norte, possui 3 unidades de abate e 5 de processamento, sendo a 4ª maior processadora de carne dos EUA com um share de 14%. Na BRF, no qual a Marfrig é a atual controladora, a operação tem como foco aves e suínos, através de um modelo de produção integrado verticalmente. Atualmente a BRF exporta para mais de 127 países, respondendo por cerca de 10% do comércio mundial de aves.

Composição acionária: a companhia tem como principais acionistas a MMS Participações (67,4%), controlada pelo fundador e atual presidente do conselho Marcos Molina, Kapitalo (4,5%), Vanguard (2,8%) e freefloat (25,3%). Recentemente a Marfrig vendeu parte de suas plantas de abate para a Minerva por R$7,5 bilhões, passando a focar no segmento de processados. A última parcela, de R$6,0 bilhões foi paga ao final de out/24, devendo contribuir para a redução do endividamento no 4T24.

MRS

A MRS atua no transporte ferroviário de cargas e desenvolve operações em terminais multimodais. Suas atividades se iniciaram em 1996, após adquirir os direitos de exploração da malha Sudeste, até então sob controle estatal. A companhia tem operações em 3 estados (SP, MG e RJ) e uma malha ferroviária de 1.674 km de extensão. A malha interliga regiões produtoras de minério, commodities agrícolas e parques industriais a 4 importantes portos do país (Santos, Rio de Janeiro, Itaguaí e Guaíba). Estima-se que quase 20% das exportações brasileiras é transportada pelas ferrovias da MRS. As operações da MRS se dividem em 2 segmentos: Mineração e Carga Geral. O transporte do minério de ferro e derivados representa, aproximadamente, 60% do volume total transportado. O restante é representado pelo segmento Carga Geral, que é composto por commodities agrícolas, produtos siderúrgicos, celulose e outros.

Estrutura acionária: os principais acionistas da companhia são empresas do setor de mineração e siderurgia, dentre elas, MBR (33%), CSN (19%), CSN Mineração (19%), Vale (11%) e Usiminas (11%).

Equatorial energia

A Equatorial é um holding com operações no setor elétrico (geração, distribuição e transmissão) e saneamento. Fundada em 1999, o grupo está posicionado como um dos maiores operadores do setor elétrico do Brasil, tendo acumulado ao longo dos anos um extenso track record de aquisição, recuperação e operação de concessões.

Segmentos operacionais: Em geração, atuação por meio da Echoenergia(adquirida em 2022), cujo portfólio de ativos de geração renovável tem capacidade instalada de 1,2 GW e mais 0,6 GW em construção. Na distribuição, a empresa controla 7 concessionárias (MA, PA, PI, AL, AP, RS e GO) que atendem mais de 13,7 milhões de consumidores em 1.102 municípios, sendo o 3º maior grupo do segmento no Brasil em número de clientes. O segmento responde por cerca de 80% do EBITDA do grupo. Em transmissão, a empresa tem 7 linhas que totalizam RAP (Receita Anual Permitida) de R$1,1 bi para o ciclo 2023/24. No setor de saneamento, a companhia iniciou sua concessão de saneamento no Amapá em dez/21. Em jul/24, a companhia adquiriu 15% da Sabesp, se tornando o controlador de referência após a venda de ações pelo governo.

Estrutura acionária: a companhia é uma corporation, controle pulverizado, tendo dentre os principais fundos de referência a Squadra, Opportunity e Black Rock.

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