BTG pode passar a XP, com melhor desempenho em fusões e aquisições
Safra espera um crescimento de receita de um dígito para XP e B3, enquanto o BTG deve novamente se beneficiar da diversificação de receitas
17/07/2025
Para o segundo trimestre de 2025, o Banco Safra espera um desempenho trimestral misto | Foto: Getty Images
O banco Safra divulgou relatório para os clientes compartilhando a visão sobre a próxima temporada de resultados para os players do Mercado de Capitais.
Para o segundo trimestre de 2025, o banco espera um desempenho trimestral misto. As receitas relacionadas a investment banking (IB) devem enfrentar uma base de comparação anual difícil no DCM (Debt Capital Markets, o mercado de capitais de dívida), mas o Safra espera que o BTG (BPAC11) supere a XP (XPBR31), especialmente devido ao melhor desempenho da companhia em fusões e aquisições (M&A).
Apesar de a maior volatilidade ter favorecido a atividade no mercado de ações no trimestre, beneficiando os três players em alguma medida, isso ainda não foi suficiente para fazer diferença significativa.
Safra espera crescimento de XP e BTG
Como resultado, o Safra espera um crescimento de receita de um dígito para XP e B3 (B3SA3), enquanto o BTG deve novamente se beneficiar da diversificação de receitas e reportar crescimento de +20% na comparação anual.
Quanto às despesas operacionais, a XP deve enfrentar a maior pressão entre os players do segmento, principalmente devido à menor provisão de bônus no primeiro trimestre.
Saiba mais
- Carteira de Small Caps: dez ações de empresas com alto potencial de crescimento
- Como posicionar os investimentos com juros de 15% ao ano
- Como operar na bolsa de valores com a segurança da Safra Corretor
(=) B3 (Outperform; Preço-Alvo R$17) – 12 de agosto (antes da abertura do mercado).
Como já antecipado parcialmente nos dados operacionais, o Safra espera que a receita bruta cresça 3% na comparação anual e 4% na trimestral, refletindo uma base de comparação mais difícil no segmento de derivativos (+12% de crescimento anual no 2T24). Vale destacar que a receita líquida deve crescer menos que a bruta, devido à reversão positiva de provisão de R$47 milhões registrada em 2025. O Safra espera que as despesas operacionais aumentem em ritmo inferior ao da receita, ainda se beneficiando da sazonalidade favorável do primeiro semestre de 2025 e do controle diligente de custos, resultando em uma expansão sequencial de 66 pontos-base na margem EBITDA (EBITDA +5% QoQ e +11% A/a). O Safra espera que a receita financeira (excluindo variação cambial) volte a contribuir positivamente, levando a um lucro antes dos impostos (EBT) estimado em R$1,676 bilhão (+6% T/t e -1% A/a) e lucro líquido de R$1,282 bilhão (+14% T/t e +5% A/a).
(+) BTG Pactual (Outperform; Preço-Alvo R$51) – 12 de agosto (antes da abertura do mercado).
No segundo trimestre, o Safra espera que a receita cresça 8% na comparação trimestral e 23% na anual, impulsionada por diversos fatores positivos, a saber:
- (i) Banco de Investimento (+29% T/t e 12% A/a), com retomada nas atividades de M&A e DCM;
- (ii) Sales & Trading (+13% T/t e +7% A/a), com base de comparação normalizada (efeitos não recorrentes de -R$150 milhões no 1T) e ambiente de mercado mais favorável;
- (iii) Receita de juros e outras (+14% T/t e +60% A/a), beneficiada por maiores taxas de juros médias;
- (iv) Gestão de patrimônio (+8% T/t e +22% A/a), impulsionada por crescimento orgânico e inorgânico (contribuição do Julius Baer totalmente consolidada nos números trimestrais). Isso deve compensar a queda de -6% T/t nas receitas de gestão de ativos, devido à limitação nas taxas de performance.
As despesas operacionais devem crescer 5% sequencialmente, ainda abaixo do ritmo das receitas. No geral, o Safra projeta lucro líquido de R$3,704 bilhões (3,2% acima do consenso), +10% T/t e +26% A/a.
(-) XP (Neutro; Preço-Alvo US$23) – Data a definir.
O Safra espera crescimento de 7% na receita anual (+5% T/t), com destaque para o varejo (+7% T/t e +11% A/a), enquanto os serviços ao emissor e o segmento institucional devem pesar nos números consolidados. O banco projeta captação líquida no varejo (NNM) de R$17,9 bilhões (-9% T/t), antecipando possível impacto negativo do noticiário recente, embora com impacto limitado na receita do trimestre. O Safra espera aceleração sequencial nas despesas operacionais (+11% T/t), puxadas por despesas com pessoal (+15% T/t), refletindo maior provisão para bônus. Como resultado, projeta queda sequencial de 148 pontos-base na margem EBT, para 27,6%, com EBT estável em R$1,258 bilhão. Considerando menor contribuição das receitas de banco de investimento, o Safra projeta uma alíquota efetiva de imposto menor, resultando em crescimento anual de 11% no lucro líquido, para R$1,240 bilhão (estável T/t).