Bradesco registra lucro de R$ 5,8 bilhões no primeiro trimestre
Resultados do Bradesco podem reforçar a confiança nas metas de guidance e desencadear revisões positivas de lucro no mercado, segundo o Safra
08/05/2025
Métricas de qualidade de ativos limpas e tendências positivas de receita para 2025 confirmam o otimismo da gestão | Foto: Getty Images
O Bradesco (BBDC4) reportou um resultado 8% acima das estimativas do Banco Safra e do consenso do mercado financeiro, explicado principalmente por um melhor desempenho de margem financeira (NII) e da área de Seguros.
Apesar das novas normas contábeis, a análise do Banco Safra observa métricas de qualidade de ativos limpas e tendências positivas de receita para 2025, confirmando o otimismo da gestão. O Safra considera o resultado positivo para as ações do Bradesco.
Os resultados divulgados ontem podem reforçar a confiança nas metas de guidance e desencadear revisões positivas de lucro no mercado.
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Principais destaques do balanço do Bradesco
O Bradesco reportou lucro líquido de R$ 5,864 bilhões no 1T (ROE de 14,4%), 8% acima da estimativa do Safra. A margem financeira (NII)
cresceu 1% t/t (5% acima dos números estimados pelo Safra), refletindo principalmente um NII de mercado ainda positivo de R$ 462 milhões e também uma leve surpresa positiva de 1% no NII com clientes, beneficiado pela margem com depósitos.
As provisões ficaram em linha com as estimativas do Safra, com custo de risco de 4,2%, cobrindo 109% da formação de Stage 3. As receitas com tarifas cresceram 10% a/a (ou +4% excluindo o impacto positivo da Cielo), 2% abaixo das nossas estimativas, com cartões e mercado de capitais sendo os maiores contribuintes.
Os resultados da área de seguros vieram 4% acima das estimativas do Safra e seguem em ritmo sólido, com ROE de 22,4% e representando 42% do resultado consolidado.
As despesas operacionais cresceram 12% a/a (+9% excluindo os efeitos de Cielo e John Deere), em linha com as projeções.
Detalhes do balanço do Bradesco
A carteira total de crédito do Bradesco (visão do Banco Central) cresceu 3,4% t/t (2,4% t/t na visão expandida e 3,2% excluindo efeitos cambiais), totalizando R$742 bilhões, com crédito para pessoas físicas subindo 4,8% t/t, crédito para grandes empresas praticamente estável (visão expandida) e crédito para PMEs crescendo 3,5% t/t.
Os números incluem o efeito da aquisição do Banco John Deere, com aumento de R$17,3 bilhões na carteira expandida total. O índice CET-1 subiu 60bps t/t, para 11,1%, com impacto positivo da Resolução nº 4966 (+60bps), parcialmente compensado por -20bps devido à nova abordagem de risco operacional.
Qualidade de ativos
O Safra estima que a formação de inadimplência acima de 90 dias tenha sido de 5,7%, alta de 80bps t/t e 19bps a/a, gerando R$10.222 milhões em novos NPLs (Non Perfoming Loan, excluindo os efeitos específicos de um grande caso corporativo).
A formação de Stage 3 foi de 4,2%, implicando R$7.567 milhões em novas formações de Stage 3. A razão de NPL sobre inadimplência acima de 90 dias ficou 10bps acima do 4T, em 4,1%, -10bps no segmento PME e estável no segmento pessoa física.
A carteira total renegociada do Bradesco ficou em R$31,6 bilhões, queda de 9% t/t, e os NPLs nessa carteira caíram 100bps, para 30,9%.