Bancos mais líquidos do México e Peru oferecem oportunidades
Safra analisa os bancos mais líquidos da América Latina e recomenda compra de Banorte, do México e Credicorp, do Peru; Na Argentina, Chile e Colômbia recomendação é de cautela
14/10/2025
O Banco Safra considera a Argentina um mercado com alta probabilidade de intensificação da atividade de fintechs no futuro | Foto: Getty Images
O Banco Safra ampliou a cobertura regional para incluir alguns dos bancos mais líquidos da América Latina, selecionando um nome tradicional em cada um dos cinco maiores mercados (exceto Brasil): Argentina – Banco Galicia (GGAL); Chile – Banco de Chile (BCH); Colômbia – Grupo Cibest (CIB); México – Banorte (GFNORTE) e Peru – Credicorp (BAP).
O Safra iniciou a cobertura das instituições com recomendação de compra para GFNORTE e BAP, visto que México e Peru oferecem as perspectivas mais atraentes, segundo o banco.
O México apresenta o maior risco de disrupção, o que deve ocorrer posteriormente, sem impactar o dinamismo de lucros e a avaliação do Banorte, principalmente se o resultado do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) 2.0 for positivo.
O Credicorp se beneficia da estabilidade econômica e cambial peruana vs. pares, da possível menor volatilidade nas próximas eleições presidenciais e de um perfil demográfico não tão favorável para novos entrantes.
Yape, seu braço fintech, é um diferencial para a tese, corroborando uma reprecificação nos próximos anos, conforme relatório do Safra.
O BCH no Chile e o CIB na Colômbia receberam recomendações Neutras. O retorno sobre o patrimônio líquido do Banco de Chile aumentou devido à inflação mais alta, o que pode preceder uma perspectiva de baixo crescimento do LPA em 2026, à medida que esse efeito se atenuar.
Um eventual avanço nas reformas estruturais no Chile poderá favorecer a tese. As ações do CIB subiram 61% no acumulado do ano, refletindo a nova estrutura corporativa e a melhora do ciclo de crédito.
Ainda assim, os riscos políticos aumentaram e preferimos manter uma postura neutra, condicionada à maior visibilidade. Para a Argentina, iniciamos GGAL com Venda, visto que o período de lua de mel do governo Milei deu lugar a um cenário macro e político mais incerto para as próximas eleições.
Em julho, o banco central (BCRA) percebeu a necessidade de drenar liquidez e aumentou os depósitos compulsórios para evitar maiores riscos cambiais, o que deve impactar os rendimentos de crédito e a qualidade dos ativos do GGAL, prejudicando o dinamismo dos lucros.
Por fim, o Safra considera a Argentina um mercado com alta probabilidade de intensificação da atividade de fintechs no futuro. Bancos latino-americanos são por vezes considerados referências globais, pois navegam em ambientes voláteis, expostos a diversos perfis geográficos e socioeconômicos em cada país.
O cenário é moldado por mudanças constantes, com oscilações cambiais relevantes, ciclos de crescimento divergentes e confiança volátil.
Na avaliação do Banco Safra, isso cria uma região onde forças conjunturais frequentemente ditam o tom, o que torna essencial não só manter um balanço sólido e controles de risco eficientes para manter a resiliência e prever ciclos, mas também capacidades analíticas avançadas para atender cada cliente adequadamente.
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Relatório mapeia riscos e oportunidades de bancos mais líquidos da AL
Além do câmbio, dos ciclos de crédito e do cenário macroeconômico, riscos também residem no acirramento da concorrência. Além dos riscos já mencionados, a América Latina tem sido um forte polo de atividade de fintechs, o que intensificou a concorrência.
Alguns mercados oferecem características demográficas altamente favoráveis à escalabilidade e aos retornos – como o Brasil apresentou para a ascensão do Nubank – que atraem concorrentes globais, como a Revolut, e incentivam grandes players regionais, como o Mercado Libre, a competir em serviços financeiros.
O relatório do Safra faz o mapeamento dos principais riscos e oportunidades, classificando cada país em seis critérios: (i) ambiente político; (ii) riscos macro/cambiais; (iii) ciclo de crédito e qualidade dos ativos; (iv) risco de ruptura; (v) dinâmica dos lucros; e (vi) avaliação.