Temporada de balanços dos bancos deve apresentar resultados ‘suaves’
Relatório do banco Safra sobre o setor financeiro aponta o Itaú Unibanco e o BTG Pactual como opções mais seguras para investidores
18/07/2024 | Atualizado em 22/07/2024
Do lado do crédito, afetado pelo câmbio, o Safra projeta crescimento de 1% a 2% em relação ao trimestre anterior | Foto: Getty Images
Relatório do Banco Safra sobre a próxima temporada de resultados do segundo trimestre de 2024 para os bancos brasileiros, que começa em 24 de julho com o Santander Brasil, informa que o trimestre deve ser ‘suave’ para o setor financeiro.
Segundo o relatório, o Itaú Unibanco e o BTG Pactual devem ser as opções mais seguras. Espera-se que o Banco do Brasil reporte um crescimento moderado do lucro por ação (LPA), e o Bradesco e o Santander Brasil provavelmente serão impactados pela abertura da curva de juros no segundo trimestre.
Do lado do crédito, o Safra projeta que haverá crescimento de 1% a 2% em relação ao trimestre anterior, já que o portfólio da América Latina ainda será afetado pela deterioração da taxa de câmbio.
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Em relação à renda líquida com juros (resultado de intermediação financeira, ou NII), o Safra vê o mercado cobrando um prêmio sobre o Santander Brasil e o Bradesco devido ao alargamento das curvas de juros, enquanto o Banco do Brasil enfrentará composições difíceis em comparação ao primeiro trimestre devido à menor contribuição da Patagônia neste trimestre.
A qualidade dos ativos deve evidenciar a má sazonalidade do segundo trimestre de 2024 para mais de 90 dias de inadimplência, o que deve levar a um aumento médio de 5 a10 pontos-base (bps) neste indicador para os bancos.
Balanços dos bancos: BB deve ser afetado pela alta da inadimplência
Não são esperadas surpresas para os bancos do setor privado, enquanto o Banco do Brasil ainda deve ser afetado pelo recente aumento da inadimplência nos segmentos Agronegócio e Corporativo. Como consequência, o Safra espera que o banco coloque R$ 8 bilhões em provisões líquidas, representando um risco para o seu guidance anual, embora isso deva ser compensado por riscos ascendentes para suas estimativas anteriores para 2024 para NII.
Para o Bradesco, o Safra espera exatamente o oposto em relação ao guidance, ou seja, renda líquida com juros e provisões abaixo do esperado, com custo de risco do segundo trimestre previsto em R$ 8,2 bilhões (vs. orientação anual de R$ 35 bilhões-R$ 37 bilhões).
Taxas e despesas operacionais não devem surpreender no trimestre, embora o Safra espere ver comentários do Bradesco sobre atualizações de seu plano estratégico sobre controle de custos.
Os resultados de seguros continuam a aumentar o desempenho de todos os bancos, e o Safra espera um bom trimestre no geral. “O capital é uma obrigação em cada trimestre, então esperamos que o Itaú e o BTG tenham construído mais capital, enquanto o Bradesco provavelmente tentou gerenciar o nível atual de capital distribuído com um nível de pagamento mais alto por trimestre”, destaca o relatório do Safra.
Diversificação ganha importância
O BTG Pactual deve entregar outro resultado sólido (com lucros de R$ 2,950 bilhões, +2% t/t e +14,6% a/a), impulsionado pelo Crédito Corporativo e Gestão de Patrimônio, apesar da base de comparação mais difícil para os negócios de Banco de Investimentos (-20% t/t) e Asset Management devido aos dividendos recebidos no primeiro trimestre.
“Como costumamos dizer, a diversificação de negócios é a base mais forte para o banco, especialmente em um ambiente de mercado mais difícil”, conclui o relatório do Banco Safra sobre o setor bancário.