Apesar do ambiente de juros elevados, que continua pressionando as taxas de investimentos, as receitas líquidas da XP no primeiro trimestre ficaram amplamente em linha com as projeções do banco Safra, o que indica uma base mais sólida em comparação aos últimos anos, explicada principalmente pela forte plataforma de renda fixa.
Foi um trimestre sem grandes surpresas, o que é uma boa notícia, considerando que o mercado parece estar cada vez mais focado no que está por vir — um possível ponto de inflexão no ciclo monetário do Brasil —, em vez de métricas passadas.
As receitas ainda estão abaixo do guidance de crescimento de 10%–15% a/a divulgado no trimestre anterior, o que sugere espaço para recuperação.
Embora a administração tenha confirmado na teleconferência que as receitas estão convergindo para o guidance, ainda não houve mudança significativa nem no volume de captação líquida nem na alocação de ativos para produtos mais sofisticados.
Por outro lado, o capital se destacou neste trimestre, reforçando a confiança na capacidade da XP de sustentar o negócio e gerar valor aos acionistas.
A administração reiterou o guidance de distribuição de mais de 50% e anunciou um novo programa de recompra de R$1 bilhão — reforçando a trajetória de geração de caixa e um nível de ROTE acima de 30%.
Resultados da XP no primeiro trimestre
A XP reportou um lucro líquido ajustado de R$1,236 bilhão, alta de 24% a/a e 4% acima da estimativa do Banco Safra. As receitas brutas cresceram 7% em relação ao mesmo período do ano passado e ficaram em linha com a projeção do Safra.
A leve frustração nas receitas de varejo foi compensada pelo melhor desempenho dos segmentos institucional e C&IB (-3% e +11% a/a, respectivamente).
Os analistas do Safra destacam que as receitas com ações caíram novamente, -15% a/a. A margem bruta ficou 100bps abaixo da estimativa do Safra, em 67,1%, mas isso foi compensado por despesas operacionais e financeiras ligeiramente menores.
Como resultado, o lucro antes dos impostos (EBT) foi de R$1,263 bilhão, alta de 16% a/a e queda de 2% t/t, 4% acima das projeções do Safra.