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Telefônica mostra resultados tão bons quanto esperados

Resultados da Telefônica Brasil (VIVT3) no segundo trimestre foram operacionalmente fortes e em linha com as expectativas do Banco Safra


A Telefônica Brasil (VIVT3) divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2025, que foram operacionalmente fortes e em linha com as expectativas do Banco Safra, embora o lucro líquido tenha ficado abaixo tanto da estimativa do Safra quanto do consenso.

A receita total atingiu R$14,645 bilhões, alta de 7,1% em relação ao ano anterior, e o EBITDA cresceu 8,8% na mesma base de comparação, refletindo sólida alavancagem operacional e disciplina contínua de custos.

O reajuste de preços implementado em abril para a maior parte da base de clientes destacou o poder de precificação da TEF, elevando o ARPU (receita média por usuário) para um recorde histórico de R$31,10. Pontos negativos: o segmento pré-pago continuou em queda (-10,6% A/A), enquanto o segmento pré-pago da Claro mostrou sinais de recuperação (+4,0% A/A).

A receita de serviços móveis (MSR) cresceu 7,3%, impulsionada principalmente pelo aumento de preços em abril. A receita móvel da TEF atingiu R$9,555 bilhões no 2T25, alta de 7,3% A/A (vs. 6,5% no 1T25), puxada pelo forte desempenho do pós-pago.

A receita do pós-pago cresceu 10,9% A/A, sustentada pelo reajuste de preços e pela expansão da base de assinantes. O pós-pago agora representa 67% da MSR total da TEF (vs. 63% há um ano). Por outro lado, a receita do pré-pago caiu 10,6% A/A, refletindo a migração contínua para o pós-pago e menor atividade de recarga.

Crescimento da linha fixa apoiado por FTTH e serviços de TI

A receita total de serviços fixos foi de R$4,270 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 8,0% A/A, impulsionada pela expansão do FTTH (+10,4% A/A, para R$1,940 bilhão) e pelo forte desempenho em Dados Corporativos, TI e Serviços Digitais (+20,7% A/A, para R$1,361 bilhão).

Em infraestrutura, a Vivo adicionou 0,5 mil novas casas passadas em relação ao trimestre anterior, totalizando 30,1 milhões de casas passadas e 7,4 milhões conectadas, das quais 4,5 milhões são convergentes (com pacote móvel).

A taxa de churn da fibra caiu para 1,46% (-0,26 p.p. A/A), o menor nível já registrado. EBITDA forte, impulsionado por eficiência operacional e crescimento resiliente da receita: O EBITDA consolidado foi de R$5,933 bilhões no 2T25, alta de 8,8% A/A, com expansão de margem de 0,9 p.p. (para 40,5%), sustentado pela disciplina de custos e escala de receita.

Os custos operacionais totais foram de R$6,042 bilhões, alta de 4,9% A/A, em linha com as estimativas do Safra. Despesas comerciais e de infraestrutura subiram 3,5% A/A, compensadas parcialmente por ganhos de eficiência com digitalização e otimização energética.

Despesas G&A aumentaram 7,5% A/A, principalmente por maiores gastos com serviços administrativos de terceiros.

A provisão para inadimplência subiu 4,9% A/A, refletindo níveis estáveis de inadimplência e foco contínuo em crédito e cobrança. Por outro lado, as Outras Despesas Operacionais caíram 9,5% A/A, devido à queda nas vendas de ativos (R$5 milhões vs. R$31 milhões no 2T24) e maiores provisões para contingências.

Lucro líquido abaixo do esperado devido a maiores despesas financeiras: Apesar do desempenho operacional sólido, o lucro líquido foi de R$1,344 bilhão, 5% abaixo do consenso e também abaixo das estimativas do Safra, principalmente devido a um resultado financeiro pior que o esperado. As despesas financeiras totalizaram R$689 milhões, quase o dobro A/A, devido a uma base de comparação difícil—o 2T24 teve impacto positivo de R$330 milhões por reversões de provisões.

Além disso, houve aumento da taxa FISTEL TFF ajustada pela inflação, que atingiu um passivo de R$5,8 bilhões no fim do trimestre (+28,7% A/A). Leve diluição do capex: Por fim, o capex (ex-IFRS 16) totalizou R$2,439 bilhões no 2T25, alta de 4,2% A/A, equivalente a 16,7% da receita líquida (queda de 0,5 p.p. A/A), refletindo uma tendência de menor intensidade de investimento.

Os recursos foram majoritariamente destinados à expansão da rede 5G—que agora cobre 596 municípios e 64% da população brasileira—e à aceleração do FTTH, com forte crescimento de casas conectadas (+12,6% A/A).


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