A Stone (STNE) reportou resultados em linha com as estimativas, confirmando que as estratégias de reprecificação e otimização de financiamento adotadas no início do primeiro trimestre conseguiram de fato compensar a pressão relacionada ao aumento das taxas de juros.
Como resultado, apesar dos ventos contrários nas despesas financeiras, o lucro bruto ainda cresceu 19% a/a, o que proporciona confiança
adicional de que o guidance anual será alcançado.
No geral, os resultados vieram amplamente em linha com as expectativas do Safra e as do consenso. A geração de caixa líquida foi impactada por alguns efeitos incomuns, e a Stone não vê mudanças nos níveis de conversão de caixa daqui para frente, em linha com o novo programa de recompra anunciado de até R$2 bilhões.
Conforme mencionado na prévia de resultados do Banco Safra, a leve desaceleração do TPV se materializou, embora a empresa não acredite que isso se traduzirá em perda de participação de mercado, já que tal desaceleração já está incorporada no guidance de longo prazo, conforme mencionado na teleconferência.
Por fim, os analistas do Safra saíram da teleconferência com a sensação de que os efeitos da reprecificação ocorrida no 1T e os benefícios da estratégia de financiamento via cash-sweep devem ser os fatores positivos do 2T.
O Safra reitera a recomendação de Compra da ação da Stone.
Resultados da Stone no primeiro trimestre
A receita líquida foi de R$3,670 bilhões, +19% a/a e 3% acima das estimativas do Safra, com uma surpresa positiva de 6% na receita financeira e na linha “outros”, que mais do que compensou a queda de 15% nas receitas transacionais (que a empresa atribuiu à otimização da estratégia de precificação do pacote).
A surpresa positiva na receita foi parcialmente compensada pelo custo dos serviços, que foi 6% maior do que o esperado, e por despesas financeiras ligeiramente mais altas, mas o lucro bruto de R$1,639 bilhões ainda superou as expectativas em 2% (+19% a/a).
As despesas totais foram 4% acima dos números do Safra (+17% a/a), principalmente
relacionadas à pressão das despesas com compensação baseada em ações, enquanto as despesas com SG&A ficaram bastante em linha
com a estimativa. Como resultado, o EBT cresceu 32% a/a para R$638 milhões, 3% abaixo da previsão.
O lucro líquido não-GAAP de R$554 milhões (+23% a/a) ficou em linha com os números do Safra e o ROE foi de 19,1%.