A Sanepar (SAPR11) reportou um EBITDA de R$ 536 milhões (-17% ano contra ano), 28% abaixo da estimativa do Banco Safra e 26% abaixo do consenso, impactado por diversos itens não recorrentes que somaram R$112 milhões, maior índice de inadimplência e volumes fracos.
Ajustando pelos itens não recorrentes, o EBITDA comparável seria de R$648 milhões, ainda 12% abaixo da estimativa do Safra. O lucro líquido foi de R$264 milhões (-30% ano contra ano), 12% abaixo da estimativa do Safra e 10% abaixo do consenso.
Detalhamento dos resultados do 2T25 da Sanepar (SAPR11)
A receita líquida atingiu R$1.705 milhões (+2,5% ano contra ano), ficando 3,4% abaixo da projeção do Safra. As receitas foram impactadas por:
- (i) volumes fracos, com queda de 0,9% ano contra ano (volume de água caiu 1,7%; volume de esgoto subiu 0,1%), 3,8% abaixo da estimativa de Safra; compensado parcialmente por
- (ii) revisão tarifária de 3,8% implementada em maio de 2025 e o reajuste de 2,9% aplicado em maio de 2024, resultando em tarifas médias em linha com as estimativas do Safra.
Os custos operacionais totais, excluindo depreciação e amortização, chegaram a R$1.169 milhões (+15% ano contra ano), 14% acima da estimativa do Safra, afetados por diversas contingências não recorrentes (totalizando R$112 milhões).
Mesmo excluindo esses itens, os custos ainda ficaram 3% acima da estimativa do Safra, principalmente devido a maiores despesas com serviços de terceiros (+4% acima da projeção do Safra), outras receitas/despesas (+139%) e inadimplência (3,5% da receita, acima da estimativa do Safra de 1,7%, embora abaixo dos 4,3% do 1T25).
As despesas com pessoal, materiais e serviços de terceiros (PMS) totalizaram R$746 milhões (-1,8% ano contra ano), em linha com estimativa do Safra.
A frustração no lucro líquido foi explicada principalmente pelos efeitos mencionados acima e por resultados financeiros piores, parcialmente compensados por reversões tributárias.
Os níveis dos reservatórios encerraram o 2T25 em 95% (vs. 99% no 1T25). A alavancagem aumentou no trimestre para 1,7x dívida líquida/EBITDA (vs. 1,5x no trimestre anterior).
Visão do Safra sobre os resultados da Sanepar (SAPR11)
Um trimestre fraco em termos de volume e pressão de custos. Os resultados operacionais ajustados foram mais fracos devido aos volumes menores, enquanto as despesas aumentaram por conta da inadimplência e de “outros” fatores.
Os resultados operacionais ficaram abaixo da estimativa do Safra principalmente devido à inadimplência acima do esperado e outras despesas, parcialmente compensadas por uma composição tarifária mais favorável.
O Banco Safra mantém recomendação Neutra para a Sanepar, principalmente devido ao potencial de valorização limitado.