A Rumo (RAIL3) apresentou um resultado neutro no segundo trimestre de 2025, com EBITDA ajustado de R$2,3 bilhões, alta de 6,4% ano contra ano e em linha com a estimativa do Banco Safra e com o consenso (+2,6% e +0,8%, respectivamente).
Os resultados foram impulsionados por maiores volumes transportados, conforme já divulgado anteriormente. No entanto, isso foi parcialmente compensado por uma queda de 2,4% ano contra ano na tarifa média, que caiu para R$158,7 por mil RTK, 3,9% abaixo da estimativa do Safra.
Além disso, as despesas financeiras líquidas aumentaram 8,0% ano contra ano, pressionando o lucro líquido ajustado, que chegou a R$731 milhões, alta de 1,4% ano contra ano e 7% acima da estimativa do Safra.
O Banco Safra mantém recomendação de Outperform para a Rumo, apoiada por sua avaliação atrativa. A empresa está sendo negociada atualmente com uma TIR real de 17,3%, 990 pontos-base acima dos títulos públicos indexados à inflação com vencimento em 2035 (NTN-Bs).
A receita líquida da Rumo aumentou 3,8% ano contra ano, totalizando R$3,7 bilhões (2,2% abaixo da estimativa do Safra), impulsionada pelo aumento nos volumes transportados, embora suavizada pela leve queda nas tarifas.
Safra destaca aumento de receita da Rumo (RAIL3)
O Banco Safra destaca o aumento de 1,9% ano contra ano na receita de transporte, que chegou a R$3.464 milhões, resultado de:
(i) aumento de 4,4% ano contra ano nos volumes consolidados transportados, totalizando 21,8 bilhões de RTK, impulsionado por um crescimento de 7,9% nos volumes da Operação Norte, que chegaram a 17,9 bilhões de RTK, com destaque para aumentos de 9,3% e 65,8% nos volumes de soja e industriais, respectivamente;
(ii) queda de 11,4% nos volumes da Operação Sul, que totalizaram 2,9 bilhões de RTK;
(iii) queda de 2,4% na tarifa média, devido à redução de 10,4% nas tarifas da Operação Sul e de 2,0% na Operação Norte.
Enquanto isso, a receita com soluções logísticas caiu 10% ano contra ano, para R$140 milhões, devido à redução no volume de açúcar transportado. Outras receitas (como repasses, transbordo e contratos “take-or-pay”) totalizaram R$108 milhões, contra R$20 milhões no 2T24.
O EBITDA ajustado da empresa foi de R$2,3 bilhões (+6,4% ano contra ano, 2,6% acima da estimativa do Safra e 0,8% acima do consenso), com margem EBITDA subindo 147 pontos-base, para 61,4%, devido à melhora no mix de receita, com menor participação das soluções logísticas, que têm margens operacionais mais baixas.
Os custos consolidados aumentaram 5,4% ano contra ano, totalizando R$2,1 bilhões, praticamente em linha com a estimativa do Safra (-1,3%). O aumento foi impulsionado principalmente por uma alta de 22% nos custos variáveis, que chegaram a R$817 milhões, devido a R$40 milhões em despesas adicionais com material rodante de terceiros.
Em contrapartida, os custos fixos e despesas com SG&A permaneceram controlados, com queda de 2,7% para R$681 milhões, enquanto os custos com D&A caíram 3,9%, para R$570 milhões.
Por fim, o lucro líquido ajustado da Rumo subiu 1,4% ano contra ano, para R$731 milhões (6,9% acima da estimativa do Safra), sustentado por um desempenho operacional mais forte.
No entanto, o resultado foi parcialmente compensado por um aumento de 8,0% nas despesas financeiras líquidas, que chegaram a R$698 milhões, impulsionado por juros mais altos e um aumento de 41,0% na dívida líquida, que atingiu R$14,2 bilhões.
Esse impacto foi suavizado por um aumento de R$112 milhões em outras receitas financeiras, que totalizaram R$117 milhões, embora os fatores por trás desse aumento não tenham sido divulgados. A alavancagem da Rumo, medida pela razão dívida líquida/EBITDA, subiu para 1,8x, ante 1,6x no 1T25.