A Raia Drogasil RD Saúde (RADL3) apresentou um EBITDA 7% acima do esperado, principalmente devido à eficiência maior do que o previsto nas despesas gerais e administrativas (G&A).
A margem EBITDA caiu apenas 33 pontos-base em relação ao ano anterior e ficou em linha com a estimativa de consenso da Bloomberg.
Os analistas do Banco Safra destacam que a produtividade das lojas continuou a melhorar (+2% ano a ano), o que, combinado com a expansão da rede, sustentou o crescimento da receita bruta (+12% ano a ano).
O lucro líquido foi de R$358 milhões, estável em relação ao ano anterior e 11% acima da nossa estimativa, impulsionado por créditos de imposto de renda. Ainda assim, a empresa encerrou o trimestre com uma posição confortável de dívida líquida de 1,3x.
Visão do Safra sobre a RD Saúde (RADL3)
Os especialistas do Banco Safra consideram o resultado positivo, pois a RD Saúde conseguiu atingir a estimativa de margem EBITDA do consenso Bloomberg graças à eficiência nas despesas G&A – pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2020, quando começou a investir mais fortemente no canal online.
Agora, é importante monitorar se esse nível de eficiência será sustentável nos próximos trimestres, para mitigar os desafios enfrentados pela empresa sem comprometer o crescimento de longo prazo.
Por fim, o comunicado de resultados da empresa não mencionou pressão relacionada ao aumento de furtos/roubos na Região Sudeste, o que também é uma notícia positiva.
No entanto, o Safra mantém a recomendação neutra, já que a empresa está sendo negociada a 18x o lucro por ação estimado para 2026, o que o banco considera um prêmio justo em relação a outras empresas do setor de varejo.
Forte desempenho de receita, como esperado
A empresa reportou uma receita bruta de R$11,6 bilhões, alta de 12% ano a ano, com crescimento de vendas mesmas lojas (SSS) de 7,3% (5,5% em lojas maduras). Além disso, houve a abertura líquida de 295 lojas nos últimos 12 meses.
A RADL também melhorou a produtividade das lojas, atingindo uma receita média mensal por loja de R$1,2 milhão, ante R$1,1 milhão no 2T24. Essa melhora reflete os benefícios dos esforços de vendas digitais (que agora representam 24% das vendas, alta de 630 pontos-base ano a ano), impulsionados principalmente pelo lançamento do Mounjaro, combinado com um maior número de transações.
Em termos de mix, os destaques foram as vendas de medicamentos genéricos e de marca com receita médica (Rx), que cresceram 18% e 17% ano a ano, respectivamente, seguidas pelos medicamentos OTC (sem receita), que subiram 11%, enquanto os produtos HPC (cuidados pessoais e domésticos) cresceram apenas 8%.
A margem bruta caiu 70 pontos-base ano a ano, para 27,4% (30 pontos-base abaixo da nossa estimativa), devido ao menor reajuste CMED nos preços de medicamentos e à maior participação dos produtos GLP-1 nas vendas.
Eficiência nas despesas G&A começa a aparecer
O EBITDA ajustado foi de R$885 milhões, alta de 7% ano a ano e 7% acima da estimativa do Safra. A margem EBITDA foi de 7,6%, queda de 33 pontos-base ano a ano (+49 pontos-base vs. Safra), principalmente devido à menor margem bruta (-74 pontos-base), parcialmente compensada pela maior eficiência nas despesas G&A (+50 pontos-base).
O Safra destaca que a margem EBITDA ficou em linha com o consenso Bloomberg de 7,6%. Também ressalta que as despesas G&A sobre a receita ficaram em 2,6%, o menor nível desde o 3T20, quando a empresa começou a investir mais no canal online.
O lucro líquido ajustado foi de R$358 milhões no trimestre, estável ano a ano e 11% acima da estimativa do Safra, beneficiado pela reversão de um crédito de imposto de renda não recorrente de R$16,8 milhões.
Posição de alavancagem confortável: A RADL encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$3 bilhões, ou uma razão dívida líquida/EBITDA de 1,3x, ante 1,2x no 1T25, representando um aumento de R$400 milhões na dívida líquida trimestre a trimestre.
O consumo de caixa no trimestre esteve principalmente relacionado a (i) pagamentos de juros sobre capital próprio e dividendos (R$308 milhões) e (ii) investimentos (capex) de R$315 milhões, que são essenciais para histórias de crescimento como a da RADL.