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Orizon amplia despesas com desenvolvimento de projetos de biometano

Nova fase de crescimento relacionada ao desenvolvimento de projetos de biometano causa impacto nos resultados da Orizon no primeiro trimestre


O EBITDA reportado da Orizon (ORVR3) foi de R$106 milhões (+6% a/a), excluindo equivalência patrimonial, 4,9% abaixo da nossa estimativa e em linha com o consenso, mais uma vez impactado por maiores despesas com despesas gerais, administrativas e de vendas (SG&A0, como consequência de uma nova fase de crescimento relacionada ao desenvolvimento de projetos de biometano.

O prejuízo líquido, ajustado para excluir minoritários, foi de R$6 milhões, frente à nossa estimativa de lucro de R$15 milhões, impactado por resultados financeiros mais fracos.

Segundo a Orizon, a companhia negociou 750 mil em créditos de carbono no primeiro trimestre de 2025. A empresa concluiu recentemente (14 de maio) sua oferta subsequente (follow-on), emitindo um total de 13,2 milhões de ações e levantando R$635 milhões em novo capital, que deverá ser utilizado em novas aquisições no segmento de gestão de resíduos.

A Orizon também publicou um acordo de acionistas com detalhes sobre o relacionamento com o novo acionista de referência (EB Capital) e diretrizes para o conselho e decisões de investimento.

Detalhamento dos resultados da Orizon

As receitas cresceram 15% a/a (em linha com as estimativas), impulsionadas por:

  • (i) aumento médio de preços nos aterros de 9% a/a (vs. inflação acumulada de 5,5% e em linha com nossas estimativas), além de preços médios mais altos na reciclagem;
  • (ii) maior contribuição de receitas no segmento de energia, devido aos novos ativos adquiridos;
  • (iii) maiores volumes (+38% a/a) no segmento de processamento de resíduos.

Esses fatores foram parcialmente compensados por: (a) queda de 2% a/a nos volumes do segmento de tratamento e destinação de resíduos (em linha com o Safra), impactada por menores volumes nas unidades de Nova Iguaçu e Jaboatão dos Guararapes, além de menor volume de energia produzida; (b) queda de 59% a/a nas receitas do segmento de engenharia ambiental.

As despesas consolidadas com PMSO subiram 12% a/a e ficaram em linha com nossa estimativa, mas as despesas com SG&A aumentaram 20% a/a e ficaram 11% acima do esperado, atribuídas ao maior crescimento no segmento de processamento de resíduos e às despesas com tratamento de chorume.

O resultado final foi impactado por despesas financeiras acima do esperado, devido a um capex mais elevado (nos segmentos de energia, biogás e biometano) e à aquisição de novos ativos, além de resultados mais fracos de equivalência patrimonial. A alavancagem dívida líquida/EBITDA atingiu 3,1x, ante 2,8x no 4T24.

Visão do Safra sobre os resultados da Orizon

O Safra considera que os resultados vieram em linha com as expectativas e aguarda mais detalhes sobre o uso dos recursos do follow-on. Os resultados reportados foram beneficiados pelos novos ativos adquiridos e por aumentos sólidos de preços nos principais segmentos, que mais do que compensaram os volumes fracos no trimestre.

A empresa também mencionou negociações para a venda de novos créditos de carbono na unidade de Cuiabá. O Safra acredita que o mercado deve focar em questionar a gestão sobre como os recursos do follow-on serão utilizados.

O Safra mantém recomendação de Compra para Orizon, pois vemos a empresa com bom potencial de valorização, negociando com desconto em relação a pares internacionais e oferecendo múltiplas alternativas de crescimento no segmento de resíduos.


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