O EBITDA IFRS reportado pela Neoenergia (NEOE3) de R$3,717 bilhões (+6,0% a/a) foi 38,3% acima de nossa estimativa. O EBITDA ajustado de R$2,781bn (-1,4% a/a) — que exclui a atualização financeira do RAB (-R$652mn), margens de construção de projetos de transmissão (+R$329mn) e o impairment relacionado ao projeto Itabapoana (R$41mn) — ficou 7,5% acima de nossa estimativa e 5,1% acima do consenso.
O lucro líquido reportado foi de R$1,001bn (-11,2% a/a), 192% acima de nossa estimativa e 89% acima do consenso. Os resultados regulatórios foram acima de nossas estimativas, refletindo um bom controle de custos, especialmente na unidade de distribuição, e melhores resultados da unidade de renováveis.
Resultados do 1T25 em detalhes
O crescimento moderado da receita foi impulsionado por:
- (i) desempenho do volume total distribuído na unidade de distribuição, que cresceu 2,3% a/a, mas caiu 8,0% a/a no mercado cativo (8,8% abaixo de nossa estimativa);
- (ii) ajustes tímidos de tarifas e preços;
- (iii) início de operação de novas unidades de transmissão, que foi parcialmente compensado por resultados mais baixos da unidade Termopernambuco (novos contratos e menor despacho térmico).
Os custos gerenciáveis consolidados atingiram R$1,210bn (+1,6% a/a, 8,5% abaixo da previsão do Safra), refletindo o bom controle de custos da unidade de distribuição, que foi de R$819mn, um aumento de 2,3% a/a e 16,5% abaixo da estimativa do banco.
As perdas de energia consolidadas aumentaram t/t (14bps), principalmente devido ao desempenho da unidade de Brasília (que foi afetada por um desvio sazonal devido às chuvas em março) e Elektro (+71bps e +39bps, respectivamente), enquanto as perdas da Cosern diminuíram 83bps.
A inadimplência nas distribuidoras atingiu 1,29% das receitas consolidadas vs. 1,10% no 4T24, acima da estimativa do Safra de 1,02%, principalmente impulsionada pelas unidades de Pernambuco e Brasília.
Como resultado, o EBITDA ajustado na unidade de Distribuição atingiu R$2,448bn (ex VNR), 5,7% acima da estimativa do Safra. O EBITDA regulatório da Transmissão foi de R$93mn (vs. R$63mn na estimativa do Safra).
Na unidade de Renováveis, o EBITDA ajustado de R$288mn foi 17% acima da estimativa do Safra. Por fim, o EBITDA da unidade Liberalizada de -R$1mn foi ligeiramente abaixo da estimativa do Safra de R$10mn.
O lucro acima da estimativa, apesar das despesas financeiras mais altas e da taxa efetiva de imposto, foi explicado pelos fatores mencionados acima. A alavancagem aumentou t/t para 3,49x dívida líquida / EBITDA (vs. 3,45x no último trimestre).
Avaliação do safra sobre os resultados da Neoenergia
No geral, os resultados das operações da Neoenergia foram bons, beneficiando-se do bom controle de custos na unidade de distribuição e de resultados melhores do que o esperado na unidade de renováveis.
Os analistas do Safra observam que os volumes no mercado cativo foram fracos, mostrando uma redução a/a, principalmente devido às comparações difíceis do ano passado, bem como à expansão da geração distribuída, que, juntamente com o menor despacho, afetou negativamente o desempenho dos lucros a/a.
A empresa continua a considerar desinvestimentos e parcerias para alguns de seus ativos, o que reafirma sua estratégia de alocação de ativos e deve ajudar a reduzir a alavancagem. O Safra tem recomendação de Compra para a Neoenergia, principalmente com base no valuation.