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Movida tem lucro pressionado por aumento de custos

Lucro líquido da Movida (MOVI3) foi pressionado por um aumento de 22% ano contra ano nas despesas financeiras líquidas


A Movida (MOVI3) apresentou um conjunto sólido de resultados no segundo trimestre de 2025, com EBITDA de R$1,4 bilhão — 3,5% acima da estimativa do Banco Safra e 4,0% acima do consenso de mercado.

O desempenho superior foi impulsionado principalmente pela força das operações de aluguel (RAC + GTF), destacando a eficácia da estratégia comercial da empresa.

O aumento de preços tanto no segmento de aluguel de carros (Rent-aCar) quanto no de gestão de frotas (GTF) foi o principal fator por trás da expansão de 403 pontos-base na margem EBITDA consolidada, que atingiu 37,5%.

Por outro lado, o lucro líquido foi pressionado por um aumento de 22% ano contra ano nas despesas financeiras líquidas, totalizando R$68 milhões — em linha com as projeções.

O spread do ROIC dos últimos 12 meses caiu ligeiramente para 3,1%, ante 3,4% no trimestre anterior, refletindo o impacto do aumento no custo de capital.

Apesar do forte desempenho operacional, o Banco Safra reitera a recomendação Neutra para MOVI3. Na visão dos especialistas do Safra, o balanço alavancado da empresa, combinado com as incertezas macroeconômicas atuais, continua limitando o perfil de risco-retorno da ação.

A receita líquida consolidada da Movida totalizou R$3,7 bilhões no 2T25 (+7,1% ano contra ano, +3,1% trimestre contra trimestre, mas 3,5% em relação à estimativa do Safra), sustentada por:

  • (i) Desempenho robusto no segmento de gestão de frotas (GTF), com receita subindo 22,0% ano contra ano para R$996 milhões, impulsionada por um aumento de 14,2% nas tarifas médias e crescimento de 6,6% no volume diário de aluguel;
  • (ii) Resultados resilientes na divisão de aluguel de carros (RAC) no Brasil, com receita avançando 13,2% ano contra ano para R$897 milhões, refletindo um aumento de 14,6% na tarifa média diária para R$154, o que compensou a queda de 2,1% no volume de aluguel e a contração de 4,1 pontos percentuais na taxa de ocupação;
  • (iii) Queda de 2,2% na receita de Seminovos, totalizando R$1,8 bilhão, explicada por uma redução de 7,3% no número de veículos vendidos, parcialmente compensada por um aumento de 5,7% no preço médio de venda para R$70,4 mil.

O EBITDA consolidado cresceu 20,0% ano contra ano para R$1,4 bilhão, com expansão de margem de 403 pontos-base para 37,5%. A melhora na margem foi sustentada por iniciativas contínuas de reajuste de preços nos segmentos RAC e GTF, além de alavancagem operacional.

A margem EBITDA do GTF subiu 10 pontos-base para 76,1%, enquanto a do RAC aumentou 341 pontos-base para 67,1%.

A margem EBITDA dos Seminovos ficou em 1,1%, queda de 25 pontos-base, mas, na visão do Safra, permanece em um nível normalizado e sustentável.

O EBIT cresceu 25,2% ano contra ano para R$785 milhões, com despesas de depreciação subindo 13,7% para R$593,7 milhões. O lucro líquido atingiu R$68 milhões, alta de 59% ano contra ano e em linha com a previsão do Safra.

O desempenho operacional mais forte foi parcialmente compensado por um aumento de 21,6% nas despesas financeiras, que totalizaram R$694 milhões, refletindo um aumento de 14,3% na dívida líquida ajustada para R$17,3 bilhões e um maior custo da dívida.

Consequentemente, a alavancagem, medida pela razão dívida líquida/EBITDA, caiu para 2,9x no 2T25 (vs. 3,1x no 1T25), enquanto a dívida líquida ajustada/EBITDA (incluindo cessão de direitos creditórios como dívida) caiu para 3,2x, ante 3,3x no 1T25 e 3,6x no 2T24..


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