A Motiva (MOTV3) apresentou resultados mistos no segundo trimestre de 2025, com lucro líquido ajustado caindo 3,1% em relação ao ano anterior, para R$ 398 milhões, apesar do bom desempenho operacional. Anteriormente denominada Grupo CCR ou CCR, a Motiva é uma empresa brasileira de capital aberto com foco na administração de concessões de ativos de infraestrutura e transporte, com sede em São Paulo.
Segundo a análise do Banco Safra, o resultado foi impactado negativamente pelo aumento das despesas financeiras líquidas, que subiram 31,9% A/A, alcançando R$986 milhões, impulsionadas por um aumento de 29,9% na dívida líquida (R$32,3 bilhões) e uma alta de 396 pontos-base na taxa Selic.
O EBITDA ajustado cresceu 4,9% A/A, totalizando R$2,3 bilhões (5,6% abaixo da estimativa da casa e 4,5% abaixo do consenso), com margem EBITDA subindo 130 pontos-base, para 59,9%, sustentada por ganhos de margem em todos os segmentos.
- Segmento de Trilhos: principal motor da expansão de margem, com alta de 640bps A/A, para 58,0%, após o fim da concessão deficitária da Barcas.
- Rodovias: margem subiu 180bps A/A, para 76,9%, com destaque para a recuperação da MSVia após retomada da cobrança total de pedágio em dezembro de 2024.
- Aeroportos: margem cresceu 350bps A/A, para 52,1%, impulsionada por aumento de 12% na receita e redução de 6% nos custos com pessoal.
A receita líquida ajustada cresceu 2,6% A/A, para R$3,8 bilhões, com os seguintes destaques por segmento:
- Rodovias: receita subiu 0,2% A/A, para R$2,0 bilhões, com aumento de tráfego (+3,4%), tarifas médias (+6,8%) e início da cobrança na concessão de Sorocaba, parcialmente compensados pelo fim da concessão da ViaOeste.
- Aeroportos: receita ajustada cresceu 12,5% A/A, para R$564 milhões, com aumento de 10% no tráfego de passageiros.
- Mobilidade: receita subiu 0,3% A/A, para R$997 milhões, com alta de 26,6% na receita de mitigação e leve aumento de 1,1% na receita tarifária, compensados parcialmente pelo fim da concessão da Barcas.
O lucro líquido ajustado caiu 3,1% A/A, para R$398 milhões (2,8% abaixo da estimativa), com aumento das despesas financeiras. A alavancagem (dívida líquida/EBITDA ajustado dos últimos 12 meses) subiu para 3,6x, ante 3,5x no 1T25 e 3,0x no 2T24.
A recomendação de Compra foi mantida pelo Banco Safra, com a empresa sendo negociada a uma TIR real de 17,7%, oferecendo um spread de 1021bps sobre os títulos NTN-B 2035, que rendem cerca de 7,5%.