A Companhia de Transmissão elétrica Paulista ISA CTEEP (TRPL4) está mudando seu nome para ISA Energia Brasil e seu ticker de TRPL3/TRPL4 para ISAE3/ISAE4. O novo ticker será adotado a partir de 18 de novembro.
A empresa destacou que a nova marca visa simplificar a comunicação, e não se esperam mudanças em sua estrutura de governança ou estratégia para as operações. A mudança foi anunciada no Dia do Investidor organizado pela empresa com a presença de Rui Chammas (CEO), Silvia Diniz Wada (CFO), Bruno Isolani (COO), Claudio Domingorena (Diretor de Regulação) e Dayron Urrego (Diretor de Projetos).
ISA CTEEP tem boas perspectivas de investimentos
A empresa espera implantar cerca de R$ 14 bilhões em investimentos até 2029, divididos entre reforços e novos projetos. A empresa tem um capex autorizado para reforços de R$ 5,1 bilhões nos próximos cinco anos, dos quais vem desenvolvendo R$ 1,0 bilhão por ano, em média, com uma relação AAR/capex de 12%-17%.
Quanto aos novos projetos, a empresa espera implantar um total de R$ 9,0 bilhões para concluir os sete projetos atualmente em construção, o que deve gerar um ARR adicional de R$ 1,0 bilhão.
A empresa mencionou que esses projetos deveriam ser entregues em melhores condições em comparação com o cenário de base da Aneel.
Estrutura de capital, alavancagem e dividendos
Devido ao grande volume de investimentos previstos para os próximos anos, a empresa espera um aumento temporário da alavancagem.
Os covenants mais restritivos limitam a alavancagem para 3,0x dívida líquida/EBITDA. Consequentemente, a empresa adotará uma abordagem mais conservadora para novas oportunidades de investimento, como novos leilões de transmissão.
Além disso, a empresa manterá os níveis de pagamento em 75% do lucro líquido regulatório, já que espera reduzir o endividamento a partir de 2028.
Além disso, para 2024, a empresa deve usar suas reservas de lucros para pagar juros sobre o patrimônio (até R$ 1,2 bilhão), o que deve ajudar a reduzir a taxa de imposto efetiva.
Tendências importantes do setor
A empresa discutiu algumas das tendências e oportunidades do setor, como:
- (i) o próximo leilão de capacidade de reserva, que pode incluir baterias e deve ocorrer em junho de 2025;
- (ii) a crescente demanda de energia proveniente dos data centers (Demanda de 2,5GW é esperada até 2037, dos quais 1,6GW próximo das operações da ISA Energia);
- (iii) boas perspectivas para projetos de hidrogênio verde, que podem impulsionar significativamente a demanda de energia e trazer oportunidades ao segmento de transmissão.
Avaliação do safra sobre a ISA
Segundo análise do Banco Safra, neste momento a ISA Energia deve se concentrar mais na conclusão dos projetos em andamento, considerando que tem um grande volume de capex para desenvolver nos próximos anos e pretende manter um pagamento mínimo de 75% do lucro líquido regulatório.
No entanto, o Safra acredita que a empresa consideraria participar do próximo leilão de capacidade de reserva, dependendo das condições para o desenvolvimento de baterias.
O Safra nota que, desde a venda da participação detida pela Eletrobras (ELET3/ELET6; Compra; R$54,40; R$59,40/ação), a liquidez das ações melhorou, o que os analistas da instituição consideram como positivo para o caso.
O Safra mantém recomendação neutra, pois vê a empresa com um preço justo, operando a uma TIR alavancada de 7,7% e um atrativo rendimento médio de dividendos de 10,3% para os próximos três anos.