No dia 8 de julho, a diretoria da Iguatemi (IGTI11), representada por Guido Oliveira (CFO), Marcos Souza (Diretor de RI) e Victor Barbosa (Gerente de RI), apresentou uma visão geral do desempenho operacional da Iguatemi e compartilharam perspectivas sobre a alocação futura de capital após as recentes atividades de fusões e aquisições (M&A).
O Banco Safra reitera a recomendação de top pick para IGTI. Na visão do Safra, a companhia possui o portfólio mais premium do setor, mantendo os maiores níveis de vendas e aluguel/m² entre os pares listados, mesmo com suas ações sendo negociadas com ~20% de desconto em relação à Multiplan.
Vendas do Iguatemi seguem com bom ritmo
Os indicadores operacionais da Iguatemi continuam sólidos, sustentados por vendas resilientes dos lojistas e maiores níveis de ocupação. Apesar das bases de comparação mais difíceis na região Sul (devido à demanda reprimida após a recuperação do Rio Grande do Sul das enchentes no 2T24), as vendas dos lojistas ainda podem registrar crescimento de dois dígitos, puxadas pelo forte desempenho dos ativos principais em São Paulo.
Abril e maio foram os destaques, enquanto junho mostrou certa moderação. Para os próximos meses, a administração espera uma desaceleração no crescimento das vendas no segundo semestre de 2025, diante da esperada desaceleração econômica.
Ainda assim, os níveis de inadimplência e os custos de ocupação seguem bem abaixo das médias históricas, enquanto o portfólio premium da companhia deve garantir maior resiliência em relação aos pares.
Projetos de expansão
A Iguatemi tem três expansões em seu pipeline, com o projeto do Iguatemi São Paulo já em andamento. A administração destacou a forte demanda por novos espaços antes da inauguração prevista para nov/26.
Os contratos de locação estão sendo fechados acima das metas iniciais de preço, reforçando a atratividade do projeto. Na expansão do Iguatemi Brasília, as obras devem começar em julho, com entrega prevista para o 1T27.
A demanda pela nova área também tem sido sólida, com taxa de pré-locação semelhante. Enquanto isso, atrasos na aprovação pela prefeitura adiaram o início do projeto do Market Place, embora a administração siga confiante de que ele começará nos próximos meses.
A companhia já recebeu a primeira parcela de R$ 290 milhões referente à venda de participação minoritária no Market Place e no complexo Galleria.
Casa Figueira supera expectativas iniciais
O projeto de bairro planejado da companhia em Campinas teve uma demanda inicial acima do esperado. A empresa pretendia vender apenas seis lotes, mas, diante do alto interesse — inclusive por terrenos que não estavam inicialmente disponíveis —, decidiu ampliar a oferta. Algumas propostas foram fechadas acima do valor pedido, evidenciando a atratividade do projeto e a capacidade da Iguatemi de monetizar seu landbank mesmo em um cenário macroeconômico desafiador.
Guidance e estrutura de capital
A administração segue confiante no cumprimento do guidance para o fim do ano, destacando que as aquisições do Pátio Higienópolis e Pátio Paulista devem mais do que compensar o impacto da venda de participações minoritárias no Galleria e Market Place, bem como o reajuste mais brando dos aluguéis pela inflação, dado o comportamento recente do IGP-M.
Apesar de alguns atrasos no pipeline de expansão, isso não deve afetar de forma relevante o guidance de capex para o ano (R$330 milhões–R$400 milhões).
Os executivos também reafirmaram que a alavancagem financeira deve permanecer abaixo da meta de 2,0x dívida líquida/EBITDA até o final de 2025. Ainda assim, a alavancagem no segundo trimestre pode temporariamente ultrapassar esse limite, já que a Iguatemi antecipou parte do pagamento à Brookfield em nome de outros sócios da transação — com reembolso previsto para julho.
